A solução para os problemas que o trânsito oferece vai muito mais além do que a simples construção de vias de acesso, alargamento de vias, construção de pontes, etc. Não existe fórmula concreta para a solução, não será uma atitude isoladamente que será necessário para solucionar tal problemática. Precisamos construir a via da educação, educar não só o motorista, mas o cidadão.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Exemplo na gestao do transito municipal
Prefeito aposta em melhoria do trânsito para marcar gestão.Marcio Lacerda Prefeito de Belo Horizonte
Depois de lançar um programa de metas com planejamentos para a capital ao longo de 20 anos, o prefeito afirma, em entrevista exclusiva a O TEMPO, que sua prioridade será trabalhar por um transporte público de qualidade e soluções para o metrô da capital.
É a primeira vez que BH tem um plano de metas sistematizado. Mas, ao fim de seu mandato, qual marca o senhor quer deixar para sua gestão? A partir de agora qual será a prioridade? Eu queria melhorar muito o transporte coletivo, que é um ponto frágil da cidade, apesar de ainda estar melhor do que o de outras regiões. O usuário do carro particular precisa saber que mesmo com muito investimento em novas vias, a velocidade média dos veículos não vai melhorar se a frota continuar aumentando. A meta é 73% da população usando transporte coletivo, o que ocorre em Barcelona (na Espanha) hoje. Nós temos que dar condições para que o usuário do automóvel migre para o transporte coletivo. Este é o principal eixo (da gestão).
Dentro do plano BH Metas e Resultados, a mobilidade tem previsão de receber 37% do total de recursos. Mas há garantia de captação de verba para as obras viárias do Corta-Caminho? O Estado tradicionalmente investe em Belo Horizonte. Investiu na Cristiano Machado, Linha Verde, nos ajuda na Antônio Carlos. Nós podemos pedir ao Estado para investir no Corta-Caminho. É uma questão de definir prioridades em uma negociação. O governo federal já falou que vai fazer a obra de revitalização do Anel Rodoviário, que é fundamental para a cidade hoje: melhorar as travessias, os acessos aos bairros e fazer marginais em quase toda a extensão. O custo será de R$ 650 milhões. Estamos fazendo o projeto executivo da duplicação da avenida Pedro I e o financiamento deve ser liberado pelo PAC da Copa (da Mobilidade) em setembro. É a expectativa que temos. Podemos licitá-la já no início do próximo ano e a obra deve ser incluída em uma operação de crédito. Para todas as obras do Corta-Caminho, que é apenas um dos projetos de mobilidade, nós temos os valores e de onde pode vir o dinheiro muito bem discriminado e os projetos já estão sendo feitos. O Corta-Caminho será concluído em dez anos.
A superintendência da CBTU em Belo Horizonte afirma que a proposta de parceria público-privada (PPP) para o metrô só seria possível com a regionalização do trem. Mas que não há, nesse sentido, proposta concreta por parte do Estado ou do município. Existe formalização do projeto? Houve sim proposta concreta. Provavelmente, o superintendente em Belo Horizonte não deve conhecer pessoalmente o documento. A proposta do governo federal que já vem de muitos anos é de que o Estado assuma o metrô da forma como ele é hoje, sem a União colocar nenhum investimento. Como o metrô dá um prejuízo de R$ 40 milhões ao ano, o Estado disse que desse jeito não pode assumí-lo, porque precisa modernizar o sistema, trocar os trens etc. A proposta de regionalização que existe é vinculada à PPP e está muito bem exposta em toda a documentação levada para Brasília no início do ano passado.
O que falta, então, para que a regionalização saia? Falta uma decisão política por parte do governo federal. Ele pode investir diretamente até R$ 4 bilhões, não é pouco, e continuar com a operação. Pode também investir e passar a operação para o governo do Estado. Uma terceira opção, ainda, seria um acordo fazendo investimento misto (federal, estadual, municipal e privado), e a gestão passaria para o Estado ou continuaria com o governo federal. No entanto, não se tomou uma decisão a respeito disso. O projeto da expansão, do qual foram liberados na semana passada R$ 15 milhões, coincidentemente saiu dois dias depois da divulgação do nosso plano. Desde 2005, a empresa não fazia o projeto porque tem o contrato. Na verdade, estava paralisado porque faltavam os R$ 15 milhões. Significa que, desde 2005, o governo federal não estava interessado na expansão.
Qual é a posição da prefeitura frente a essa situação indefinida? A posição da prefeitura é defender o interesse da população e a cidade precisa da expansão do metrô. Porém, a prefeitura sozinha ou com o governo do Estado não tem o poder de assumir o metrô.
A legalidade de emissão de multas pela BHTrans está sendo analisada pelo STJ. A prefeitura trabalha com alguma opção, um \"plano B\", caso a BHTrans realmente for impedida de multar? Eu respeito muito a movimentação de vereadores, deputados e Ministério Público contra o poder de multa. Mas eu coloco a seguinte pergunta: imagine uma cidade sem inspetores ou guardas aplicando multas de trânsito? Deus me livre de uma cidade sem multa de trânsito. Do ponto de vista moral, ético e administrativo não há nenhum problema a guarda municipal, a BHTrans e a Policia Militar estarem multando. Pode haver alguma firula jurídica por parte de alguém e a Justiça vai decidir e nós vamos acatar ou vamos recorrer. Não há nenhuma possibilidade de isso vir acontecer a curto prazo. Então, não é algo que preocupa a prefeitura neste momento. Nos preocupa o fato de existirem, ainda, pessoas que não têm comportamento civilizado no trânsito.
Qual seria o impacto do fim do poder das multas no cofre da BHTrans? Os recursos arrecadados com multas são menores do que a BHTrans investe para pagar conta de luz de semáforos, fazer ações de ordenamento do trânsito. A prefeitura banca a BHTrans.
Há a definição de quando a Guarda Municipal começa, enfim, a multar? Ainda não há definição sobre a data. Nós não temos nenhuma dúvida sobre a legalidade de fazer isso. Os guardas que já atuam auxiliando a BHTrans no trânsito sentem-se muito incomodados porque, muitas vezes, são desrespeitados. O que falta é entendimento operacional entre os órgãos.
Conforme adiantou O TEMPO na edição da última quarta, a prefeitura pretende aumentar a arrecadação com o IPTU em 76% até 2012. Como será feito isso? O projeto do novo IPTU prevê muita coisa, inclusive, que o parcelamento de aumento do valor ocorra sem reajuste pela inflação. A ideia é que a variação de valores, ao longo do tempo, seja feita pela variação do valor de mercado do imóvel apenas. Outra diferença é que foi feito um recadastramento de imóveis, porque há muitos deles em locais em que constavam terrenos. Nós só vamos ter condições de debater o assunto depois do dia que a prefeitura for à Câmara Municipal e fazer uma apresentação detalhada de como ficará o projeto com a nova lei. A nossa meta é que isso aconteça daqui a duas semanas.
Qual a estratégia para que desta vez o projeto seja aprovado? Vamos apresentar um projeto muito bem fundamentado tecnicamente.
fonte: www.perkons.com.br
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