domingo, 23 de dezembro de 2007

O clamor da Sociedade

Projeto de lei que aumenta as penas para motoristas que participarem de rachas e dirigirem embriagados ou sob efeito de drogas foi aprovado dia 19 de Dezembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A lei atual prevê prisão de 6 meses a 2 anos para os participantes de racha, além de multa e suspensão ou cassação da habilitação. Pela nova proposta, a pena inicial é de 6 meses a 3 anos e aumenta progressivamente até 15 anos, se a infração resultar em morte. Para os motoristas alcoolizados, a pena continua de 6 meses a 3 anos. A diferença é que o atual Código de Trânsito Brasileiro prevê a punição apenas quando a infração criar risco a outras pessoas. O novo texto considera a existência permanente do risco. O projeto ainda precisa ser aprovado em plenário. A proposta acaba com a possibilidade de motoristas que incorrerem nessas duas infrações serem julgados em juizados especiais, cíveis ou criminais, que permitem julgamentos mais rápidos e penas mais brandas, sempre inferiores a 2 anos de prisão. Os infratores responderão a inquérito policial e serão julgados pela Justiça comum. O Congresso Nacional está de parabéns, pois proferiu uma resposta louvável à sociedade brasileira com relação as injustiças e impunidades causadas pelos motoristas imprudentes do trânsito brasileiro. Isso é que é trabalhar em prol dos interesses da coletividade, o fim desse sentimento de impunidade que existe no trânsito brasileiro é um clamor antigo da sociedade e graças aos bons políticos, isso é bom que se diga, temos políticos comprometidos com a sociedade, esse sentimento de impunidade está com seus dias contados. Espero que essa iniciativa no congresso nacional seja o ponta pé inicial para uma grande reformulação no trânsito brasileiro, e que o poder público venha investir com qualidade nesse setor que tem ceifado as vidas dos brasileiros deixando marcas profundas e eternas nas famílias.

Charles Batista, Instrutor e Examinador de Trânsito, formação acadêmica em Ciências Contábeis e é presidente do Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre - Sintac.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Miss Internacional 2007 é detida por dirigir bêbada

A modelo mexicana Priscila Perales, Miss Internacional 2007, foi detida na madrugada desta quinta-feira (20) em um município do norte do México por dirigir bêbada, confirmaram fontes oficiais. "Perales dirigia bêbada um BMW, por isso foi detida pelas autoridades", afirmou Luis Roberto Peña, assessor de imprensa do município de San Pedro Garza García, que faz parte da região metropolitana de Monterrey.
O município aplica as multas mais altas do México a motoristas bêbados, e algumas superam os 20 mil pesos (cerca de R$ 3.500).
Peña afirmou que a modelo, de 24 anos, conduzia o automóvel por movimentadas ruas da cidade acompanhada de seu namorado.
Priscila terá que pagar uma multa para recuperar o carro.
A mexicana ganhou em outubro, em Tóquio, o concurso Miss Internacional 2007, considerado um dos mais importantes do mundo.
A modelo, natural de Monterrey, foi eleita Miss México em 2005 e esteve entre as dez finalistas do concurso de Miss Universo 2006.

Comentários: Como eu sempre digo, o trânsito não escolhe suas vítimas. Um trânsito em condições seguras é um desafio para qualquer gestor do mundo.

O trânsito em 2007


Violência no trânsito aumenta 30% no governo Binho e direção geral do Detran deve cair

O governador Binho Marques que assumiu este ano prometendo um governo técnico e de resultados e fez disso o assoalho do próprio discurso [pelo menos é o que se tem visto até aqui], terá agora uma chance única de provar que veio para ser diferente e que os resultados produzidos por sua equipe de governo, positivos ou negativos, serão levados em conta na escolha do que é melhor para o povo do Acre. Os números da violência no trânsito, aumentados em 30% em apenas um ano, sugerem a primeira mexida na equipe de governo.A atual diretoria do DETRAN terá que explicar o que deu errado ao ponto de permitir que o estado feche o ano amargando o maior índice de mortes no trânsito de toda sua história. Ao todo, 117 pessoas perderam a vida no trânsito da capital, agora considerado um dos mais violentos do país.No ano passado foram 80 mortos, um aumento de quase 30% em relação aos dados deste ano. Os números são frios, mas indicam a intensidade do caos nas ruas da capital. Por dia a média são de 12 acidentes A cada duas horas a polícia tem de cobrir uma ocorrência, como a maioria é no horário de pico, os guardas estão sempre atarefados.Ainda faltam 12 dias para fechar o ano e os gráficos apontam 1.664 pessoas que saíram feridas no choque entre caminhões, carros, motos, bicicletas e pedestres. 2.373 tiveram danos materiais em decorrência dos acidentes.Segundo o Comandante da Polícia de Trânsito, Capitão, o que gera indignação, é que a imprudência foi a responsável por boa parte dos acidentes. Para o oficial é preciso o envolvimento da comunidade para fazer com que o trânsito seja mais seguro. "As pessoas não se respeitam quando estão no volante, cada um quer fazer do seu jeito, e quando envolve bebida alcoólica e drogas a situação fica ainda mais grave", explicou.As ruas de Rio Branco estão inchadas, faltam estacionamentos e ruas com trafegabilidade mais rápida. O mercado automotivo não pára e a cidade não se prepara para tanto movimento. Por mês, 1200 novos veículos são colocados nas ruas da capital. A frota no Acre chega a 95.500, entre carros e motos e cresce 13% ao ano.
Comentários: Esse reflexo no trânsito acreano é fruto da falta de planejamento e de prioridades equivocadas de pessoas que se consideram o máximo na área. É necessário humildade, um maior envolvimento com a sociedade civil organizada para que possamos desfrutar de um trânsito seguro. Sentar em seu "trono" pensando que ficará eternamente ali é um grande equívoca.
Aumentou o número de mortes em 2007 e ainda não acabou o ano.
Acre registra 121 mortes no trânsito em 2007
* Rio Branco lidera as estatísticas; na capital morreram 70 pessoas, seguida da cidade de Cruzeiro do Sul com 14 mortes

Os números assustam: 121 mortes no trânsito acreano, somente neste ano, conforme as ocorrências registradas no Setor de Estatísticas do Instituto Médico - Legal / IML. Os dados ficaram distribuídos da seguinte forma: 41% das vítimas eram motoqueiros, 24% pedestres, 13% ciclistas, 10% motoristas e 13% ocorrências diversas em rodovias e estradas vicinais, que cortam o estado do Acre. Em contrapartida, a capital do estado, liderou as estatísticas, pois registrou no período cerca de 70 mortes, seguido da cidade de Cruzeiro do Sul, localizado no Vale do Juruá, que notificou 14 mortes. No ano passado, foram registradas aproximadamente 110 mortes, conforme as notificações disponibilizadas no IML. O diretor / geral do Departamento de Trânsito do Estado do Acre – Detran/Acre, Cezário Braga, aproveitou o dia de ontem, para fazer um balanço sobre os acidentes registrado nas cidades acreanas. Segundo ele, somente neste ano, foram registrados aproximadamente 4 594 casos, enquanto no ano passado, chegaram à casa dos 4 650 casos. Atualmente, a frota acreana beira a casa dos 97 mil veículos, sendo 60% carros e 40% motocicletas. Há cinco anos, não passava de pouco mais de 42 mil veículos, segundo as informações do Departamento de Licenciamento. Apesar da redução do número de acidentes, as estatísticas apontaram um crescimento dos casos de mortes no trânsito acreano. “Mas se levarmos em conta o número de veículos, proporcionalmente um número de mortes apresentaram redução”, enfatizou Braga. Prevenção - Para reverter às estatísticas, a autarquia instalou pardais eletrônicos nos seguintes pontos: Via Chico Mendes, Rodovia 364, Vila Acre, Estrada Dias Martins e Estrada da Floresta. Por medida de precaução, mantêm diariamente sete radares / eletrônicos espalhados em pontos considerados estratégicos como avenidas e via expressa, que interligam os principais bairros da capital. “No próximo ano, investiremos ainda, mais nas campanhas de cunho educativo e nas intensificações das fiscalizações do Companhia de Trânsito - Ciatran”, revelou Cezário. A autarquia mantêm educadores de trânsito, nas proximidades dos semáforos e faixa de pedestre (escolas e área comercial). A medida tem como objetivo, orientar os motoristas imprudentes, que insistem em cometer infrações no trânsito.
Punições mais severas para infratores Recentemente, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou o Projeto de Lei 308/07, (de autoria do deputado Pompeo de Mattos / PDT-RS), que amplia as punições para os motoristas infratores. A matéria estabelece pena máxima de 15 anos de prisão em caso de acidente com morte; e ainda, revoga benefícios previstos na Lei 9.099/95 para os crimes de participação em racha e embriaguez ao volante. A medida tem como objetivo punir os motoristas infratores, que continuam matando no trânsito das cidades brasileiras. A proposta altera ainda, o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), com o aumento da pena máxima para o crime de prática de racha de dois, para três anos de detenção. O projeto também especifica no código os agravantes para o crime. Se em razão do racha ocorrer lesão corporal grave, o infrator estará sujeito à pena de reclusão de três a oito anos; se houver morte, a pena será de reclusão por no mínimo (5 anos), e máximo (15 anos).
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Natal tem maior nº de mortes em 2 décadas
Foram 196, mais do que o registrado no feriado de carnaval
Da zero hora de sábado a zero hora de ontem, foram registrados 2.561 acidentes nos 61 mil quilômetros de rodovias federais do País, com 1.870 feridos e 196 mortos - 51% acima do ano passado. Nas estradas, foi o Natal mais sangrento da história do País, desde que os indicadores começaram a ser medidos, há 20 anos. Em decorrência da crise aérea e do crescimento da frota, o movimento nas estradas federais foi 22% maior que o de 2006, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O caso mais grave aconteceu no domingo, quando um ônibus que fazia transporte irregular de passageiros bateu de frente com uma carreta na BR-020, em São Desidério (BA), deixando 11 mortos e 23 feridos.Em mais de 70% dos acidentes, houve erro humano. Em 40% desses casos, foi constatada presença de álcool. "A grande vilã continua sendo a imprudência dos motoristas, combinada com excesso de velocidade e bebida", disse o coordenador da Operação Natal, inspetor Alvarez Simões. Ele estima, com base em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que no feriado prolongado o Brasil sofreu um prejuízo de R$ 111milhões apenas com mortos e feridosA PRF considera que o transporte da safra recorde de soja na mesma rota dos turistas, em direção ao mar, onde estão os portos, também pode ter contribuído para os números, além de chuvas, sobretudo nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e da presença de um número expressivo de motoristas novatos. "Os condutores estão chegando às estradas muito mal preparados." "O aumento no número de mortes é previsível, uma tragédia anunciada", diz o consultor em engenharia de tráfego e transporte Horácio Augusto Figueiredo. "O brasileiro aceita as infrações de trânsito, acha normal ter mais carros e mais acidentes. É uma lógica suicida. É preciso mudar o quadro de fiscalização. A impunidade é total."Simões destaca que, desta vez não dá para colocar a culpa na qualidade das rodovias, uma vez que a condição de trafegabilidade nos principais corredores melhorou significativamente, na comparação dos últimos 20 anos. Nas pistas ruins, houve menos acidentes e com menor gravidade. "A brutalidade dos casos revela que o motorista se preocupam mais com danos ao carro do que com a segurança dos familiares que vão dentro. E enfiam o pé quando a pista é boa."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Responsabilidade imputada

O trânsito que mata. Quando nos daremos conta de que o trânsito que tira as vidas de nossos amigos, familiares, filhos e irmãos, é feito por cada um de nós?Diariamente me chegam noticias de vidas ceifadas sem o menor aviso prévio, pessoas que saíram e que nunca mais retornaram para dizer aquilo que deixaram de falar, sentimentos que para sempre ficarão guardados, palavras que jamais serão pronunciadas, sorrisos que não serão mais vistos, enfim, todos os dias me informo da barbárie que o nosso trânsito é.Ora me vem à mente um texto que dizia mais ou menos assim: “A morte é um absurdo”, será mesmo que o absurdo maior não é a maneira com que as pessoas morrem?
O Artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) imputou a responsabilidade de assegurar um trânsito em condições seguras ao cidadão brasileiro o poder público, através de seus órgãos competentes. Acontece que as vidas continuam a ser ceifadas no trânsito brasileiro, precisando o caso do Estado do Acre , já foram mais de 100 mortes somente este ano. Ocorre que para as autoridades competentes esses números são somente números, essas vidas viram estatísticas e só servem para florescer os discursos políticos. A prova é tanta que o próprio Presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) disse que os recursos das multas de trânsito não são repassados pelo governo, caminhando assim direto para os cofres do governo para aumentar o superavit primário, como se a vida humana fosse menos importante. Falou ainda que as campanhas de educação de trânsito são onerosas e que para se ter uma idéia uma campanha deste porte custa em média 65.000 mil reais. Essas cifras é o montante que o Denatran tem em seu caixa durante todo o ano. Como fazer campanha, educar as pessoas, salvar vidas se o Poder Público não investe em seus órgãos. Essa é a realidade do Trânsito Brasileiro. Nós como sociedade civil organizada temos que cobrar de nossos representantes mais eficiência no gasto do dinheiro público, cobra e exigir que seja investido em locais de extrema necessidade como o trânsito ou então vamos continuar vendo nossos entes queridos morrerem no trânsito.


Charles Batista, Instrutor e Examinador de Trânsito, formação acadêmica em Ciências Contábeis e é presidente do Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre - Sintac.



terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Juventude e Renovação 2008

Tudo aconteceu naturalmente na minha vida, nunca pensei em se candidatar a nada e hoje vejo que nada aconteceu por acaso, tudo tem um propósito de Deus.
- Desde os 15 anos (1998) trabalho com uma escolinha de futebol no conjunto tangará, sagrando-se campeão várias vezes, a última foi em setembro de 2007, campeão sub 19 da Liga despotiva amadora do Acre. É inclusão social e lazer aos jovens da comunidade.
- Em 2005 liderou a única manifestação até hoje dentro de uma universidade privada. Os alunos de contábeis desejavam, na ocasião mais conforto nas instalações oferecidas pela instituição.
- Em 2005 foi eleito vice presidente do DCE da FIRB/FAAO primeira diretoria da junção das duas entidades.
- Em 2006 foi eleito presidente do Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre - Sintac, que ajudou a fundar.

Tanto em defesa dos Estudantes como em defesa dos trabalhadores fui sempre ativo, sabendo lutar reivindicando os direitos da categoria. Como presidente do Sindicato tenho atuado juntamente com minha diretoria com o objetivo de Valorizar os Instrutores de Trânsito. Denunciei no Ministério Público do Trabalho as auto escolas, pois nenhuma assinava as carteiras de trabalho de seus Instrutores. Enfrentamos até ser ouvido pela diretoria do Detran/Ac buscando mudar a postura de tratamento do órgão para com a classe de Instrutores de Trânsito. Denunciei o abuso de poder do corregedor do Detran/Ac ao diretor Geral do Detran/Ac e informei a postura do mesma na imprensa local. Estamos nesse momento elaborando o código de ética para a profissão de Instrutores de Trânsito do Estado do Acre, que tem como objetivo a moralização e valorização da categoria. Em fim, acredito que se a juventude do partido (PMDB) me escolher como candidato para as eleições municipais de 2008 tenho condições suficientes para aceitar o desafio e lutar em busca da valorização dos Instrutores de Trânsito do Acre. Com a juventude unida em busca da renovação na câmara de vereadores e buscando deixar uma identidade jovem no parlamento municipal acredito que temos boas chances de vencer. Coragem e determinação não me faltam.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A mudança

Depois dos crimes, o arrependimento e a mudança; mas, quem acredita nelas?
06/12/2007 - 01:07

* Eles mataram, roubaram, caíram em desgraça, chegaram ao fundo do poço, mas foram resgatados por alguma "força divina"
* O que a psicologia tem a dizer dessas pessoas que mudaram em pouco tempo a própria personalidade?
* Nas principais penitenciárias do Acre, hoje, existe uma "colônia" de detentos convertidos a qualquer coisa melhor que o crime
Reportagem: Evandro Cordeiro
Fotografia: Odair Leal e Francisco Chagas
A cabeça do major da Polícia Militar, Ferdinando Holanda, vivia sempre fervendo, quando ele estava de serviço, executando alguma operação, ou mesmo na singeleza do barzinho onde nos finais de tarde o oficial não dispensava uma bebida. Era uma máquina de resolver problemas da forma mais violenta para a qual a questão descambasse e disso ele se gabava à época. Matou, encheu de pancadas algumas de suas vítimas, insubordinou-se no quartel e fora do âmbito de trabalho, perverteu-se nas concupiscências da carne. Tanto que o primeiro casamento acabou. Hoje, não esconde a verdade: vivia na prostituição. Na atualidade, um encontro com o ainda major Holanda é uma amabilidade só. Nem a voz é a mesma. O olhar deixou de ser inconstante e o modo de resolver as coisas é baseado na prudência. Ele mudou inexplicavelmente, pelo menos aos olhos dos homens comuns. Até a ciência tem quatro milênios, desde Platão, vem tentando explicar essas mutações da personalidade humana. Os psicólogos atuais chamam isso de transtorno de personalidade. Para o próprio major, que achou na mudança a certeza da longevidade na terra e de uma vida após a morte, a explicação é apenas uma: "Foi Deus quem refez minha vida", fala com a propriedade de quem é cátedra na vida material, uma vez que tem formação superior com diversas especializações.
O exemplo do major Ferdinando Holanda é apenas um entre muitos. Nas duas penitenciárias da capital, a Francisco D’Oliveira Conde e a Antonio Amaro Alves, há uma verdadeira "colônia" de homens convertidos, quer seja ao evangelho ou a qualquer causa que amenize a dor do confinamento. A visão mais ampla dessa mudança é muito medieval ainda. Muitas pessoas questionadas têm na ponta da língua: eles se escondem atrás de uma Bíblia para tentar se limpar com a sociedade. "Eu ouvi muito isso, até as pessoas entenderem que hoje sou um homem totalmente convertido pelo amor de Cristo", diz Raimundo Nonato do Nascimento, 37 anos, 15 dos quais vividos na cadeia. Ele é ninguém menos que a simbologia do crime nos anos 90, reconhecido pela alcunha de "Rambo 157".
Para essas pessoas de passado horrendo, se livrar de suas pechas não tem sido tarefa fácil. O ser humano tem a capacidade incrível de julgar o próximo, diz o pastor quadrangular Edvaldo Santana, especializado em ministrar terapias a ex-detentos, ex-prostitutas e ex-homossexuais. "Rambo 157", por exemplo, diz atualmente que foi muito mais fácil convencer a Deus de que sua vida é outra do que incutir isso na cabeça da sociedade. Em muitas ocasiões ele percebe que ainda é temido, como se usasse o subterfúgio da violência, como fazia há uma década e meia para ter o direito de ser respeitado. Mas será que "Rambo 157", major Holanda, sargento Braga, outra máquina de perversidade da Polícia Militar na época do esquadrão da morte mudaram? Para a psicologia, é possível que sim e que não. Essa ciência tem várias vertentes explicativas. Através do chamado transtorno de personalidade, é provável que eles tenham alcançado estágios importantes de mudanças, mas é admissível, também, que alguns tenham apenas se escondido atrás de algo para se livrar da masmorra e do preconceito da sociedade. Não é à toa, por exemplo, que dos nove convertidos durante um culto realizado pelo missionário Josias Pinheiro de Paula, na prisão Papuda, em Brasília, apenas cinco ou seis permanecem na fé, como dizem os cristãos. Mesmo no sofrimento da mais temível fórmula de dissociamento, as cadeias de segurança máxima, uma parcela dessas pessoas fraquejaram. Naquele grupo havia 18 presos do esquadrão da morte, pegos pela malha da CPI do Narcotráfico. Além de privados da liberdade, eles estavam mais ainda psicologicamente abatidos pela distância dos familiares e dos cabos de seus revólveres, através dos quais resolviam suas questões, em qualquer esquina de rua em Rio Branco.
A direção do sistema penitenciário do Acre quer distância de trocar informação com a sociedade, alegando uma tal segurança de estado, mas há notícias extra-oficiais, passadas por grupos da pastoral da Igreja Católica e de evangélicos que freqüentam a cadeia para levar a palavra de Deus aos presos, de que é crescente a conversão por lá. "Num culto apenas, 11 detentos se ajoelharam aos pés do Senhor", diz o presbitério da igreja Assembléia de Deus, Osmar Alves. A freira Ester Ostrowsky, a superiora da Diocese de Rio Branco para as pastorais, garante que uma gama de ex-presidiários mudou de vida. "Nossa pastoral carcerária, coordenada pela irmã Nazaré Menezes, tem feito coisas boas, porque nós acreditamos na mudança das pessoas. E é disso que elas precisam, que a gente acredite nelas", diz a irmã, cuja maior parte dos 47 anos episcopais tem sido dedicada às pastorais.
O testemunho de algumas dessas pessoas que resolveram mudar de vida pode não ser determinante na criação de um novo caráter para quem um dia desviou a conduta, mas derruba por terra ditados que não passam de cultura do almanaque capivarol, mas que acabam popularizadas, como aquele segundo o qual "pau que nasce torto, morre torto". A lição que o grupo do esquadrão da morte levou da Justiça, numa ação conjunta de governo e sociedade, mudou ao menos o estilo de vida no Acre e, de quebra, transformou corações de pedra em poços de bondade. Essa questão nem precisa da explicação da ciência. Isso cabe, ainda, a casos isolados de maus elementos que foram parar atrás das grades e, no fundo do poço, resolveram dar uma chance à própria alma.
RAMBO 157
O bandido mais temido de Rio Branco da
década passada virou exemplo na igreja
DELE
"Um dia vou pessoalmente pedir
perdão ao Romildo Magalhães"
As polícias Militar e Civil do Acre nunca foram de levar desaforo para casa. Em meados dos anos 80 um dos bandos de criminosos mais organizados que apareceram no Estado, comandados por um sujeito de aparência estranha tal qual o apelido, "Marrosa", não durou cinco anos desafiando a lei, até que uma operação liderada pelo delegado Enoque Pessoa pôs fim à quadrilha à bala, num morro situado na ladeira do Bola Preta, que por muitos anos ostentou o nome do bandido. Há outros exemplos bem mais modernos de precisão da polícia local, que passou a desvendar crimes sem os abusos do passado. Mas nesse ínterim, um bandido solitário resolveu desafiá-la. Era início dos anos 90 quando surgiu um lendário assaltante na parte alta do bairro Sobral que, pela violência com que fazia seus assaltos e a perspicácia com a qual driblava os homens da lei, foi logo apelidado de "Rambo 157", a junção perfeita das duas qualificações.
O nome de batismo de "Rambo 157" é Raimundo Nonato do Nascimento, hoje com 37 anos. Na época um garotão ainda, conseguiu, nem ele sabe como, dominar o tráfico numa região da cidade onde anos antes era domínio do grupo de "Marrosa" e onde ainda havia muitas células sobreviventes do bando. Tanto que nem soube tirar proveito, conforme conta atualmente, do poder que conseguiu alcançar. "Me danei a fazer assaltos, sem necessidade", afirma. Por causa dos assaltos violentos, sempre à mão armada, "157" virou alvo principal da Justiça e da Polícia. "Não fui morto em várias ocasiões, porque Deus tinha um plano na minha vida", garante. Para ser enjaulado, precisou ser alvejado por uma operação da qual participaram, além da Polícia Civil, a Militar e alguns agentes federais.
Mas entre seus atos mais conhecidos figura o assalto em que comandou ao Haras Cinco Irmãos, uma fazenda colossal localizada às margens da estrada Transacreana, construída como uma espécie de troféu pelo seu dono, Romildo Magalhães, porque ali pretendia curtir a aposentadoria que viria após a mais brilhante carreira política da época – ao menos para quem saiu de vereador no município de Feijó para galgar o posto de governador. O Haras foi o fim da linha para o então bandido "157". Um de seus comparsas, Hélio da Silva Lima, 23 anos, conhecido como "Pingüím", alvejou e matou Romildo Magalhães da Silva Júnior, o antepenúltimo da prole de Magalhães. Romildo conseguiu mobilizar todo o aparato policial para prender o grupo, o que acabou acontecendo dois dias depois. "Rambo" e seus acólitos foram parar na penal. Menos de um ano depois, "Pingüím" teve trágico fim, depois de cair na cilada de uma fuga até hoje não muito bem explicada. "Rambo" fugiu, voltou a ser preso um ano depois, tentou outra evasão, foi baleado a fuzil, por pouco não perde a perna esquerda e volta para detrás das grades, tornando-se o detento mais vigiado. O tino de liderança ele havia levado também para o presídio, onde era temido do primeiro ao último pavilhão.
Mas essa longa história, Raimundo Nonato, como gosta de ser chamado na atualidade, quer enterrar numa cova funda do passado. Ele conta que esse capítulo de sua vida terminou numa noite fria de setembro de 1998. Tocado por uma mensagem bíblica deixada no dia anterior por um missionário chamado João Gabriel, ele passara a noite em claro, orando e pedindo a Deus que o perdoasse pelos crimes. "Não tenho dúvida que Deus me perdoou. As pessoas contra as quais cometi crimes, também me perdoaram. Ainda vou pedir perdão ao hoje meu irmãozinho na fé, Romildo Magalhães", professa seu novo caráter. "Rambo 157" deixou a cadeia há um ano, mas continua trabalhando na penitenciária, onde virou inspetor da fábrica de bolas, um projeto patrocinado pelo Ministério dos Esportes. Com o salário de R$ 550,00, assegura que vive muito mais feliz e tranqüilo do que quando faturava dez vezes mais em apenas um assalto. Testemunha em favor do "novo homem" é o que não falta. Obreiro da igreja Assembléia de Deus no bairro satélite Custódio Freire, onde "157" freqüenta, o presbítero Osmar Alves Cordeiro, de 62 anos, dá o aval à nova personalidade de Raimundo Nonato: "Virou um homem de Deus, dedicado às coisas de Deus".

Psicologia chama essa mudança
de transtorno da personalidade
Consultado, o psicólogo Sérgio Ricardo Alves de Oliveira fez o usual da profissão. Explicou que essas mudanças são distúrbios graves da personalidade e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico. Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade, acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização social; aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de modo duradouro na idade adulta.
Paranóica
Transtorno da personalidade caracterizado por uma sensibilidade excessiva face às contrariedades, recusa de perdoar os insultos, caráter desconfiado, tendência a distorcer os fatos interpretando as ações imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo; suspeitas recidivantes, injustificadas, a respeito da fidelidade sexual do esposo ou do parceiro sexual; e um sentimento combativo e obstinado de seus próprios direitos. Pode existir uma superavaliação de sua auto-importância, havendo freqüentemente auto-referência excessiva.
No caso do policial, há uma associação à depressão, o primeiro estágio quando ele chega na cadeia. Depois vem a reflexão, quando eles passam a ler a Bíblia, e onde acham um ponto de apoio, explica o psicólogo. Esse processo é chamado de deslocamento. "Você passa a substituir o que fazia por algo novo. Os pensamentos, as atitudes são deslocadas para outro processo", diz. Mas Sérgio Ricardo não descarta a importância do evangelho no processo de ressocialização. "Isso é um canal de ligação deles com o mundo exterior", finalizou.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Imagens da Audiência Pública em Brasília-DF






































































Presidentes Estaduais com Deputado Geraldo Magela



Eli de Deus, presidente do Sindicato dos Instrutores do DF e a presidente da CONTRACS conversando com o presidente Acreano do sintac.



Instrutores de Trânsito do Distrito Federal, o terceiro da esquerda para direita é nosso amigo e tesoureiro do sindicato do DF De Sá, sindicalista dos bons.



Charles Batista e o Alan, Instrutor do Distrito Federal na pista de treinamento. Alan também faz parte do sindicato do DF.

Local de treinamento dos veículos de duas e quatro rodas no Distrito Federal, uma boa área.


Os sindicalistas do Distrito Federal, nossos amigos De Sá (camisa preta) e Alan.



O plenário dois da câmara dos deputados em Brasília ficou pequeno para tanto Instrutor.



Presidente do Sintac fala para a platéia e o Dep. Geraldo Magela ouve ao lado.



Lotado ficou o plenário dois da câmara dos deputados no dia da audiência pública.

2º Festa dos Aniversariantes






















Teve churrasco, piscina, som ao vivo e torneio de vôlei de areia na associação do deracre (ASDERACRE) na 2º Festa dos Aniversariantes realizada pelo Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre – SINTAC. A diretoria realizou mais um evento com o objetivo de levar lazer e entretenimento aos associados. A ASDERACRE fez uma parceira com o Sintac e tem disponibilizado sua sede para a realização dos eventos do sindicato. A 2º Festa dos aniversariantes foi marcada pela disputa empolgante do torneio de vôlei de areia, onde sagraram-se campeã a dupla josé e josué barroso ganhando na final da dupla Tácio e Dário. Foi um sucesso a festa, e a diretoria do sintac e os Instrutores estão de parabéns.
Sintac - Trabalhador Valorizado

Bate Papo - Por um Trânsito Seguro