sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Grã-Bretanha tem motorista mais antigo do mundo

O inglês, que tem quase um século de vida, e 84 de carteira de motorista, nunca se envolveu em um acidente de carro. Em oito décadas, ele teve 14 carros diferentes.

Na Grã-Bretanha, um cidadão acaba de ser confirmado como o motorista mais antigo do mundo a ter um histórico impecável ao volante. Quem conta é o correspondente Marcos Losekann.

Quase um século de vida, e ainda firme atrás do volante. Mas não é só por isso que o seu George Geeson acaba de ganhar um lugar no livro do recordes.

Esse inglês, que mora em Lincolnshire, 150 km ao norte de Londres, jamais levou sequer uma multa. Nunca bateu o carro, não sabe o que é se envolver em um acidente. E não foi por falta de possibilidade. Afinal, a carteira dele foi tirada há 84 anos.

Nas últimas 8 décadas o seu George teve 14 carros. Somando a quilometragem de todos eles, foram um 1,5 milhão de Km rodados. O segredo pra evitar acidentes? Dirigir somente de acordo com a lei.

“Pra quê passar da velocidade permitida?”, pergunta seu George. “Será que os apressadinhos não sabem que devagar se vai ao longe?”

Longe e com segurança. Seu George explica que sempre procurou respeitar a sinalização e também cuidar da manutenção de seus veículos.

Orgulhoso, mostra a foto do primeiro carrinho, comprado em 1930. Rodou com ele mais de duas décadas e garante que vendeu com tudo funcionando perfeitamente.

“Um carro tem que andar quando a gente acelera e parar quando a gente pisa no freio”, ensina ele. “Tem que estar sob absoluto controle do condutor”.

Sobre a violência no trânsito de algumas cidades, seu George não entende como uma pessoa pode ser gentil quando está a pé, e se tornar um monstro atrás do volante.

Para ele, um carro é só um aparelho utilitário, não é uma arma. Como diz seu George, conselhos óbvios. Mas que, infelizmente, são esquecidos por muitos motoristas.

Estacionamento mesquinho

A cada dia o Ser Humano me surpreende ainda mais. Estava ontem em frente a um posto de gasolina no bairro bosque, quando derrepende pára um carro para estacionar. No espaço seria possível estacionar dois veículos. O motorista sinaliza para estacionar, vai bem a frente e em seguida vem de marcha ré para alinhar melhor seu carro. Eu não estava prestando muito atenção para seu estacionamento, olhava para dentro do posto e estava pensando no futebol que iria jogar alguns minutos mais tarde. Após estacionar o motorista sai do carro e se dirige a festa que estava ocorrendo numa boate atrás do posto de gasolina. Aí é onde entra o detalhe da questão. Continuo afirmando que o ser humano é egoísta por natureza e não sabe viver em comunidade, não sabe usar o espaço coletivo de forma coletiva. Para você entender meu desabafo. Eu não disse acima que o local que o motorista estava estacionando daria para dois veículos? Pois é, daria, se ele não estivesse estacionado mesmo no meio do espaço, não calculando o espaço necessário para estacionar. Se ele desse um pouco mais de ré do carro caberia mais um carro sem problema. Agora, para que estacionar dois carros se eu posso ocupar o espaço grande sozinho? A muita falta de senso de coletividade. Assim o ser humano me surpreende cada vez mais.
As soluções para a maçiça violência que o trânsito proporciona no mundo todo não tem uma fórmula exata, não é uma receita de bolo, devemos cada um de nós conscientizar nossa geração para que possamos um dia desfrutar de um trânsito em condições segura.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os sérios problemas do transporte público em Rio Branco/Ac

Acordei disposto para enfrentar mais um dia de vida que Deus acabara de me conceder. Entrando no ônibus(transporte público) que já estava esperando a mais de 40 minutos (linha são Francisco/placas) me deparei com uma mulher dirigindo, diga-se de passagem que ela é uma boa motorista, uma boa profissional. Fiquei ali ao lado dela observando. Percebi que era atenta, cuidadosa, educada (cedeu a vez para o pedestre atravessar a via fora da faixa de pedestre –porque não havia ali uma-, coisa rara de se ver entre os motoristas de ônibus. Pois bem, quando a motorista tira o pé do acelerador observo que o pedal do acelerador já não era mais um pedal, era apenas um ferro onde a motorista pisava e ali acelerava o veículo. Coisas desse tipo que eu me pergunto, o que fazer para melhorar o trânsito da nossa cidade?
O Transporte Público é uma figura importantíssima e essencial para solucionar diversos problemas que enfrentamos no trânsito. Agora, necessário é, que seja um transporte público que tenha as mínimas condições de segurança, higiene e de respeito para oferecer a seus usuários. Não podemos é permitir que veículos sucateados continuem rodando em nossa cidade. Veículos que constantemente se quebram, que apresentam uma péssima manutenção. A maioria dos pontos de parada do coletivo da cidade de Rio Branco é no meio da via pública, não é raro passar mais de 40 minutos até mais de uma hora esperando ônibus na nossa cidade. Isso sem falar no transporte interestadual. Quem quiser tirar a prova dos dez é só ir até campinas (a 60km da capital) de ônibus de linha.
Qualquer ação isoladamente será em vão para a amenização do problema social que enfrentamos com a violência no trânsito. O transporte público é apenas uma via de tantas outras que precisam ser melhoradas, porém, não podemos ficar inertes diante de tamanha aberração e desrespeito que as empresas de ônibus da cidade de Rio Branco/Ac estão fazendo com a população riobranquense.

Charles Batista Brasil – Presidente do Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre e estudioso da área do trânsito.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Violencia no trânsito do Acre tem aumento de mais de 6.000%

Em menos de 15 anos ocorrências de trânsito no Acre tem aumento de mais de 6.000%
O Juizado de Trânsito da Comarca de Rio Branco divulgou boletim estatístico do último mês de setembro de 2009. Foram realizados 240 atendimentos, com 160 processos registrados e autuados. De janeiro a setembro deste ano, o JTRAN já registra 2.207 atendimentos sendo em 2008, por todo o ano, 2.897 ocorrências.

Um dado curioso nas estatísticas da justiça de trânsito, é que de Dezembro de 1995 até o mês de setembro de 2009, os atendimentos realizados pelo juizados com envolvimento de acidentes de trânsito saltou para o número absurdos de mais de 6.000%

uizado de Trânsito: Boletim de Setembro

O Juizado de Trânsito da Comarca de Rio Branco divulga o boletim estatístico dos meses de agosto e setembro. Em agosto foram realizados 264 atendimentos, com 169 processos registrados e autuados, enquanto que em setembro foram feitos 240 atendimentos, com 160 processos registrados e autuados. De janeiro a setembro deste ano, o JTRAN já registra 2.207 atendimentos. Em 2008, por todo o ano, foram 2.897.

Boletim Estatístico - Agosto e Setembro 2009
AGO SET
1. Total de Atendimentos realizados 264 240
2. Chamadas atendidas e não autuadas por estarem fora da atuação do JT 095 080
2.1 - Veículo oficial 002 003
2.2 - Acordo com interferência do Juizado e sem registro 022 026
2.3 - Acordo sem interferência do Juizado e sem registro 043 029
2.4 - Veículo evasor 014 008
2.5 - Veículos fora do local 007 003
2.6 - Acidentes com vítimas 004 009
2.7 - Colisão com objeto fixo 002 002
2.8 - Área particular 001 000
3. Processos Registrados e Autuados 169 160
3.1 - Acordos Realizados no local 050 037
3.2 - Audiências de Conciliação marcadas 052 065
3.3 - Queixas Registradas na Central de Reclamação 067 058
4. Sinistro por Embriagues 003 003

---------------------------------------------------------------------------



Movimento Acumulado das Atividades no Ano de 2009
1. Total de Atendimentos realizados
2.207
2. Chamadas atendidas e não autuadas por estarem fora da atuação do JT
731
2.1 - Veículo oficial
026
2.2 - Acordo com interferência do Juizado e sem registro
238
2.3 - Acordo sem interferência do Juizado e sem registro
250
2.4 - Veículo evasor
100
2.5 - Veículos fora do local
047
2.6 - Acidentes com vítimas
058
2.7 - Colisão com objeto fixo
011
2.8 - Área particular
001
3. Processos Registrados e Autuados
1.476
3.1 - Acordos Realizados no local
325
3.2 - Audiências de Conciliação marcadas
475
3.3 - Queixas Registradas na Central de Reclamação
676
4. Sinistro por Embriagues
021


Juizado de Trânsito de Rio Branco

O serviço prestado pelo Juizado de Trânsito é gratuito, disponível ao cidadão de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas, e no sábado, das 8 às 22 horas. Em caso de acidentes que não envolvam veículos oficiais, patrimônio público ou vítimas, o cidadão deve ligar para os telefones:

3211-5566 ou 9985-2750

Atuando de forma gratuita e no próprio local do ocorrido, o atendimento imediato do JTRAN propicia às partes envolvidas o ressarcimento dos danos materiais de forma rápida, eficaz e segura. Até mesmo a evasão de uma das partes envolvidas no acidente não impede a ação do Juizado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quando a legislação de trânsito não ajuda

Envolver-se em acidente de trânsito grave pode cancelar a habilitação
Tercilio Rogério G. de Faria. Acadêmico de Direito.
08/07/2009

Tercilio Rogério G. de Faria ( * )

O CTB - Código de Trânsito Brasileiro (Lei n° 9.503/97), em vigor desde 22/01/1998, determina em seu art. 160, que o condutor CONDENADO POR DELITO DE TRÂNSITO ou envolvido em ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE poderá ser submetido a novos exames para voltar a dirigir - como se fosse tirar uma nova habilitação -, mas a aplicação deste dispositivo deveria ser de "acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito" (Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito e Órgão máximo normativo e consultivo da União - art. 7°, inc. I do CTB).
Embora o texto legal seja claro em exigir a regulamentação prévia do CONTRAN, alguns órgãos de trânsito - como o DETRAN do Estado de São Paulo -, já vinha aplicando o art. 160 aos condutores enquadrados nestas situações.
Somente após 10 (dez) anos de vigência do atual CTB - contrariando o disposto no art. 314 do CTB, que prevê o prazo de 240 dias, após a publicação do CTB, para o CONTRAN editar todas as resoluções complementares -, o CONTRAN, em 04/12/2008, editou a RESOLUÇÃO N° 300/98, que entra em vigor em 01/07/2009, onde regulamenta o art. 160 do CTB, estabelecendo o procedimento administrativo para a realização de novos exames aos condutores enquadrados nestas situações.
Esta nova Resolução além de disciplinar a matéria, padroniza em todo o território nacional os procedimentos a serem adotados nos casos já elencados, evitando que órgãos de trânsito adote de maneira autônoma procedimentos não regulamentados pelo CTB.
Passando a análise desta Resolução, esclarecemos o seguinte:
Ao CONDUTOR CONDENADO POR DELITO DE TRÂNSITO - Conforme previsto nos arts. 3º ao 6º, após o trânsito em julgado da sentença condenatória (quando não couber mais nenhum recurso), para que este possa voltar a dirigir veículos automotores em via pública, deverá ser submetido e aprovado nos seguintes exames: (1) aptidão física e mental, (2) avaliação psicológica, (3) escrito, sobre legislação de trânsito e (4) direção veicular, realizado na via pública. No decorrer destes exames, o documento de habilitação ficará apreendido e somente após a aprovação será emitido um novo documento de habilitação, mantendo-se o registro anterior.
Ao CONDUTOR ENVOLVIDO EM ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE - Conforme disposto no art. 7º ao art. 16, ao contrário do condutor condenado por delito de trânsito - que tem como base para a exigência de realização de novos exames a sentença condenatória transitada em julgado -, deverá ser instaurado um processo administrativo, que será instruído pela Autoridade de Trânsito responsável pelo órgão emissor do documento de habilitação do condutor, assegurado o direito a mais ampla defesa. Ao final, não sendo acolhida as alegações de defesa, o condutor, para voltar a dirigir, deverá ser submetido e aprovado nos mesmos 4 (quatro) exames já mencionados para o condutor condenado por delito de trânsito.
Embora o CTB e a Resolução citada não apresente o conceito ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE - o que é um erro considerável, pois deixa a cargo a Autoridade de Trânsito a valoração deste conceito -, acreditamos que tal situação deverá ficar devidamente caracterizada no transcorrer do processo administrativo citado.
A nosso sentir, esta Resolução é importante não somente pelo fato de regulamentar o art. 160 do CTB (que após 10 anos de sua edição estava impossibilitado de aplicação), mas também para reavaliar se o condutor elencado nas situações aqui discutidas está ou não apto a voltar a conduzir veículos automotores em via pública, aferindo principalmente seus aspectos fisico, mental e psicológico.

COMENTÁRIOS

O ARTIGO ACIMA FOI PUBLICADO NO SÍTIO http://www.jurid.com.br. VOU FAZER SOMENTE UM COMENTÁRIO COM BASE NA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO (RESOLUÇÃO 300 DO CONTRAN) ORA ANALISADA PELO AUTOR DO ARTIGO, PORÉM, VOU ANALISAR UM ASPECTO DIFERENTE EMITINDO UMA OPINIÃO DIVERSA DA DO AUTOR DESSE ARTIGO.

A LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO É IMPORTANTÍSSIMA NO COMBATE A VIOLÊNCIA PROPORCIONADA PELO TRÂNSITO, PORÉM, NÃO É A ÚNICA RECEITA PARA A DIMINUIÇÃO DE TAL VIOLÊNCIA. A RESOLUÇÃO 300 DO CONTRAN INVERTE OS VALORES E SE PREOCULPA COM ALGO DESNECESSÁRIO E COMO OUTRAS NORMAS, SERÁ UMA RESOLUÇÃO DE POUCA EFICÁCIA. EXPLICAREI O PORQUÊ DESSA AFIRMAÇÃO. PRIMEIRO, A RESOLUÇÃO NÃO TRAZ A DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE, DEIXANDO A CARGO DA INTERPRETAÇÃO DISCRICIONÁRIA DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO. FATO QUE PODERÁ SER ARGUMENTADO DE FORMA SATISFATÓRIA PELA DEFESA, DEPENDENDO DO CASO CONCRETO. SEGUNDO, A DITA NORMA SE PREOCULPA EM REHABILITAR O MOTORISTA QUE SE ENVOLVEU EM UM ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE OU QUANDO CONDENADO POR DELITO DE TRÂNSITO, FATO QUE NÃO SERÁ MUITO DIFÍCIL NOS DIAS DE HOJE, DEVIDO A FALHA QUE HÁ NO PROCESSO DE HABILITAÇÃO POR FALTA DE FISCALIZAÇÃO. TERCEIRO, MAIS UMA VEZ SE TORNA BRANDA A PUNIÇÃO PARA QUEM FOI CONDENADO POR DELITO DE TRÂNSITO OU SE ENVOLVEU EM ACIDENTE DE TRÂNSITO GRAVE, POIS, DEPOIS DE PASSAR POR TODO PROCESSO DE HABILITAÇÃO PODERÁ DIRIGIR NORMALMENTE PELAS RUAS COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO, COISA QUE NÃO SERÁ DIFÍCIL DEVIDO AO MESMO JÁ SABER DIRIGIR E NÃO TERÁ NENHUMA DIFICULDADE NAS AULAS PRÁTICAS, NAS AULAS TEÓRICAS, DUVIDO MUITO QUE FREQUENTE A SALA DE AULA, MESMO SENDO OBRIGATÓRIA A PRESENÇA.

SOU A FAVOR QUE POSSAMOS CRIAR NORMAS QUE VENHAM PUNIR MAIS SEVERAMENTE (SEJA NA ESFERA ADMINISTRATIVA, SEJA NA PENAL) OS QUE MATAM PESSOAS NO TRÂNSITO. NÃO TEM JUSTIFICATIVA PARA TANTAS MORTES NO TRÂNSITO BRASILEIRO. SÓ VAMOS CONSEGUIR FREAR ESSA MORTANDADE SE ELIMINARMOS O SENTIMENTE DE IMPUNIDADE QUE PASSEIA ENTRE OS MOTORISTAS INFRATORES. SE REHABILITARMOS ESSE MOTORISTA CRIMINOSO DE FORMA MUITO BRANDA ESTAREMOS COMETENDO O MESMO ERRO DUAS VEZES. PRIMEIRO PORQUE NÃO PUNIMOS SEVERAMENTE O CRIMINOSO E SEGUNDO PORQUE COLOCAMOS ELE NOVAMENTE NAS RUAS PARA CONTINUAR MATANDO.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Exemplo na gestao do transito municipal


Prefeito aposta em melhoria do trânsito para marcar gestão.Marcio Lacerda Prefeito de Belo Horizonte

Depois de lançar um programa de metas com planejamentos para a capital ao longo de 20 anos, o prefeito afirma, em entrevista exclusiva a O TEMPO, que sua prioridade será trabalhar por um transporte público de qualidade e soluções para o metrô da capital.

É a primeira vez que BH tem um plano de metas sistematizado. Mas, ao fim de seu mandato, qual marca o senhor quer deixar para sua gestão? A partir de agora qual será a prioridade?
Eu queria melhorar muito o transporte coletivo, que é um ponto frágil da cidade, apesar de ainda estar melhor do que o de outras regiões. O usuário do carro particular precisa saber que mesmo com muito investimento em novas vias, a velocidade média dos veículos não vai melhorar se a frota continuar aumentando. A meta é 73% da população usando transporte coletivo, o que ocorre em Barcelona (na Espanha) hoje. Nós temos que dar condições para que o usuário do automóvel migre para o transporte coletivo. Este é o principal eixo (da gestão).

Dentro do plano BH Metas e Resultados, a mobilidade tem previsão de receber 37% do total de recursos. Mas há garantia de captação de verba para as obras viárias do Corta-Caminho?
O Estado tradicionalmente investe em Belo Horizonte. Investiu na Cristiano Machado, Linha Verde, nos ajuda na Antônio Carlos. Nós podemos pedir ao Estado para investir no Corta-Caminho. É uma questão de definir prioridades em uma negociação. O governo federal já falou que vai fazer a obra de revitalização do Anel Rodoviário, que é fundamental para a cidade hoje: melhorar as travessias, os acessos aos bairros e fazer marginais em quase toda a extensão. O custo será de R$ 650 milhões. Estamos fazendo o projeto executivo da duplicação da avenida Pedro I e o financiamento deve ser liberado pelo PAC da Copa (da Mobilidade) em setembro. É a expectativa que temos. Podemos licitá-la já no início do próximo ano e a obra deve ser incluída em uma operação de crédito. Para todas as obras do Corta-Caminho, que é apenas um dos projetos de mobilidade, nós temos os valores e de onde pode vir o dinheiro muito bem discriminado e os projetos já estão sendo feitos. O Corta-Caminho será concluído em dez anos.

A superintendência da CBTU em Belo Horizonte afirma que a proposta de parceria público-privada (PPP) para o metrô só seria possível com a regionalização do trem. Mas que não há, nesse sentido, proposta concreta por parte do Estado ou do município. Existe formalização do projeto?
Houve sim proposta concreta. Provavelmente, o superintendente em Belo Horizonte não deve conhecer pessoalmente o documento. A proposta do governo federal que já vem de muitos anos é de que o Estado assuma o metrô da forma como ele é hoje, sem a União colocar nenhum investimento. Como o metrô dá um prejuízo de R$ 40 milhões ao ano, o Estado disse que desse jeito não pode assumí-lo, porque precisa modernizar o sistema, trocar os trens etc. A proposta de regionalização que existe é vinculada à PPP e está muito bem exposta em toda a documentação levada para Brasília no início do ano passado.

O que falta, então, para que a regionalização saia?
Falta uma decisão política por parte do governo federal. Ele pode investir diretamente até R$ 4 bilhões, não é pouco, e continuar com a operação. Pode também investir e passar a operação para o governo do Estado. Uma terceira opção, ainda, seria um acordo fazendo investimento misto (federal, estadual, municipal e privado), e a gestão passaria para o Estado ou continuaria com o governo federal. No entanto, não se tomou uma decisão a respeito disso. O projeto da expansão, do qual foram liberados na semana passada R$ 15 milhões, coincidentemente saiu dois dias depois da divulgação do nosso plano. Desde 2005, a empresa não fazia o projeto porque tem o contrato. Na verdade, estava paralisado porque faltavam os R$ 15 milhões. Significa que, desde 2005, o governo federal não estava interessado na expansão.

Qual é a posição da prefeitura frente a essa situação indefinida?
A posição da prefeitura é defender o interesse da população e a cidade precisa da expansão do metrô. Porém, a prefeitura sozinha ou com o governo do Estado não tem o poder de assumir o metrô.

A legalidade de emissão de multas pela BHTrans está sendo analisada pelo STJ. A prefeitura trabalha com alguma opção, um \"plano B\", caso a BHTrans realmente for impedida de multar?
Eu respeito muito a movimentação de vereadores, deputados e Ministério Público contra o poder de multa. Mas eu coloco a seguinte pergunta: imagine uma cidade sem inspetores ou guardas aplicando multas de trânsito? Deus me livre de uma cidade sem multa de trânsito. Do ponto de vista moral, ético e administrativo não há nenhum problema a guarda municipal, a BHTrans e a Policia Militar estarem multando. Pode haver alguma firula jurídica por parte de alguém e a Justiça vai decidir e nós vamos acatar ou vamos recorrer. Não há nenhuma possibilidade de isso vir acontecer a curto prazo. Então, não é algo que preocupa a prefeitura neste momento. Nos preocupa o fato de existirem, ainda, pessoas que não têm comportamento civilizado no trânsito.

Qual seria o impacto do fim do poder das multas no cofre da BHTrans?
Os recursos arrecadados com multas são menores do que a BHTrans investe para pagar conta de luz de semáforos, fazer ações de ordenamento do trânsito. A prefeitura banca a BHTrans.

Há a definição de quando a Guarda Municipal começa, enfim, a multar?
Ainda não há definição sobre a data. Nós não temos nenhuma dúvida sobre a legalidade de fazer isso. Os guardas que já atuam auxiliando a BHTrans no trânsito sentem-se muito incomodados porque, muitas vezes, são desrespeitados. O que falta é entendimento operacional entre os órgãos.

Conforme adiantou O TEMPO na edição da última quarta, a prefeitura pretende aumentar a arrecadação com o IPTU em 76% até 2012. Como será feito isso?
O projeto do novo IPTU prevê muita coisa, inclusive, que o parcelamento de aumento do valor ocorra sem reajuste pela inflação. A ideia é que a variação de valores, ao longo do tempo, seja feita pela variação do valor de mercado do imóvel apenas. Outra diferença é que foi feito um recadastramento de imóveis, porque há muitos deles em locais em que constavam terrenos. Nós só vamos ter condições de debater o assunto depois do dia que a prefeitura for à Câmara Municipal e fazer uma apresentação detalhada de como ficará o projeto com a nova lei. A nossa meta é que isso aconteça daqui a duas semanas.

Qual a estratégia para que desta vez o projeto seja aprovado?
Vamos apresentar um projeto muito bem fundamentado tecnicamente.

fonte: www.perkons.com.br

''No trânsito, a garotada, de certa maneira, cava a própria cova''

Próxima sexta-feira, dia 18, no auditório da Prefeitura de Vitória, o sociólogo Eduardo Biavatti fará a palestra de abertura da Semana Nacional do Trânsito, que neste ano ressalta a educação. Para ele, sem educar as pessoas para o respeito às regras do trânsito, desde a infância, e aumentar a fiscalização nas ruas para conter o desrespeito que, muitas vezes, resulta em mortos ou feridos graves, não se muda o quadro de violência no trânsito no país.

O que o motivou, como sociólogo, a estudar a violência no trânsito?
Quando você frequenta um lugar como o Hospital Sarah, que é um grande depósito de vítimas de acidentes de trânsito, vê logo duas coisas: primeiro, que as vítimas são homens, jovens. E depois, vai descobrindo que essa garotada, de certa maneira, cava a própria cova. Muitas vezes, as causas de acidentes não são nada imprevisíveis: a pessoa estava sem cinto; estava com capacete solto; bebeu e excedeu na velocidade. Quanta ignorância... No Sarah, ouvi muitos garotões, com sequelas de acidentes, dizerem: "Cara, eu não sabia que podia dar nisso". A desinformação dos jovens brasileiros é grande, muito diferente no que a gente vê nos jovens ingleses, canadenses, americanos, alemães, franceses, que como têm desde a pré-escola, como matéria, a educação de trânsito, são conscientes das consequências quando agem de forma incorreta. Aqui, não.

A impetuosidade é própria do jovem, em qualquer lugar do mundo. No trânsito, o que os diferencia é a educação?
O que diferencia é que lá fora, o jovem recebe educação para o trânsito e também para a repressão das condutas. Bebem? Sim. Mas não tem jovem alemão, por exemplo, que não tema a ação da polícia. A última campanha americana reforçou o fato de que se a pessoa bebe e dirige, "dança". Porque a certeza da punição também é educativa. Mas aqui não temos nem educação para a obediência à regra. Estamos ainda discutindo se a Lei Seca pode ou não pode...

Ainda há muita resistência à lei.
A moral dos tribunais está em outra direção. Quase 100% dos casos que foram para a segunda instância judicial resultaram na absolvição do condutor. Quem se recusou a soprar o bafômetro "se deu bem", porque os tribunais entendem que sem o bafômetro não há prova da ingestão de álcool. Algo que contraria o que acontece em outros países.
Há especialistas que defendem tolerância zero no Brasil. Hoje, a lei estabelece 0,6 grama de álcool por litro de sangue para caracterizar crime, em caso de acidente de trânsito.
Também acho que tem que ser zero. Nos Estados Unidos, a maior ONG contra o beber e dirigir, a Madd, está numa campanha nacional pelo álcool zero. Lá, cada Estado define o limite. A variação do efeito do álcool depende do sexo da pessoa, se ela se alimentou ou não. É mais fácil fiscalizar se alguém bebeu ou não.

O que faz o brasileiro tão transgressor no trânsito?
Isso tem a ver com a nossa dificuldade de reconhecer que num espaço público, coletivo, existem normas e regras que se impõem à vontade individual. Então, toda a vez que se percebe que não há fiscalização, acontece a transgressão. Inventamos até uma categoria nova que se chama infração do bem. Se bebeu uma, duas latinhas, e dirigiu, o raciocínio é de que a pessoa não quis provocar acidente. "Cara, bebi uma ou duas, não tive má intenção". No sábado à noite, estaciona-se sobre a calçada. "O que é que tem?". Usar o celular ao volante? "Pôxa, usei rapidinho". No banco traseiro as pessoas não usam o cinto "porque ninguém vê". E o excesso de velocidade? Se a gente filmar a expressão do rosto das pessoas, com a multa na mão, vai ver ódio. Mas quando o deputado, lá no Paraná, bebeu, atropelou e matou rapazes no trânsito, todo mundo achou aquilo um absurdo. Na realidade, as pessoas infringem a lei o tempo todo, mas não se veem como criminosas no trânsito. E basta pegar um celular ao volante para se atropelar um motociclista, por exemplo. Que, aliás, muitas vezes não deveria estar ali, no corredor. Nós não conseguimos nos ver como cúmplices na violência no trânsito.
O crescimento da frota de motocicletas no país é enorme. Criou-se uma verdadeira guerra no trânsito, entre motoristas e motociclistas. Em pelo menos 14 Estados brasileiros, já morre mais motociclista do que pedestre no trânsito. Eles deram um salto nas estatísticas. Em cidades menores, a motocicleta já compõe a principal frota.

O trânsito, caótico, de certa maneira reflete a sociedade em que vivemos?
Não há vida em sociedade sem trânsito. Naturalmente, nele conseguimos ter uma fotografia muito fiel do mundo, de como nos relacionamos uns com os outros. Se quisermos olhar o trânsito como expressão dos valores que temos na sociedade, vamos ver que alguns como a solidariedade, o respeito ao próximo, a gentileza, foram perdidos. No trânsito vê-se um total individualismo das pessoas. E o pedestre, mais frágil, a vítima da própria cidade. Em Salvador, houve uma época em que pedestres morriam embaixo da passarela. Sabe por que? Não foi por preguiça, mas por falta de uma calçada que levasse à passarela. Em outras situações, a falta da calçada faz as pessoas andarem à beira da pista onde circulam os carros.

Por que as pessoas são "tomadas" pelo poder quando estão atrás do volante?
Temos que lembrar que ter um carro ainda é uma distinção social do brasileiro, Aqui, 40 milhões de pessoas não têm dinheiro nem para comprar uma simples moto. São milhares as pessoas que não têm dinheiro para pagar a passagem do ônibus, que andam a pé. Por isso, no carro, a pessoa sente-se poderosa. E as cidades não foram planejadas para quem anda a pé. Tudo bem que ter carro não deveria dar margem à selvageria na conduta, mas isso acontece, porque a fiscalização é muito fraca. É certo que ela aumentou nos últimos dez anos, mas ainda é pouco. Quer um exemplo? São Paulo é a cidade do país com maior aparato de fiscalização no trânsito. Lá, circulam quatro milhões de veículos por dia, e são feitas 11 mil autuações de trânsito. Sabe quantas pelo fato de o motorista falar ao celular quando dirige? 590. Qual o risco de uma pessoa ser flagrada por falar ao celular? Mínimo. Se nós fôssemos mesmo fiscalizados...

Então as saídas são investir em Educação, desde a infância, e reforçar a fiscalização?
Acho que não dá para pensar uma coisa sem a outra. Eu sempre alertei sobre o perigo do álcool no trânsito para a garotada, apelando para a consciência de cada um. Mas, hoje, com a Lei Seca, faz diferença. Porque mais pessoas sabem que podem pagar economicamente e penalmente por sua conduta. A Lei Seca forçou uma mudança na conduta na maioria de nós. É claro que tem um monte de gente que não está nem aí, que não sopra o bafômetro. Mas tem muita gente aderindo à regra. Eu não acho que a lei sofreu um grave revés na Justiça, com a decisão de uma parcela se recusar a soprar o bafômetro. De cada dez oito sopram. Enquanto não tínhamos uma referência da presença de fiscalização, ninguém se preocupava. Não digo que devemos viver numa sociedade policialesca, mas o poder público tem que fazer valer o poder de Estado. Volto a dizer, a repressão, a punição, também educam.

Beber e dirigir nunca foi permitido, mas após a Lei Seca, a sociedade parece menos tolerante em relação aos crimes de trânsito.
Com certeza. Por outro lado, há algum tempo a organização das famílias das vítimas contribui muito para essa consciência. Mas o problema é que os tribunais ainda não se livraram do conceito de acidente. O argumento é de que o condutor não quis matar, porque foi um acidente. Estão atrasados em relação ao que é a violência no trânsito.

Na esfera administrativa também há morosidade na punição de infratores.
Os Detrans têm que responder de maneira mais ágil à demanda. Acho que têm que dar todo o direito de defesa, mas esperar dois anos para cassar uma carteira de alguém que se envolveu num acidente grave, que bebeu e dirigiu, realmente não dá. A sensação da impunidade é grande, ainda.

O que você diria a um pai ou a uma mãe que vão presentear um filho com um carro, que muitas vezes vira arma nas mãos de quem não tem responsabilidade?
Acho que aos 18, 19 anos, os pais não têm mais um poder de sinalizar uma conduta correta para a garotada. Os pais têm que começar a falar sobre a responsabilidade no trânsito bem antes. É preciso alertar os jovens para o que está em jogo, qualificar suas escolhas. Para cada um que morre no trânsito, 19 sobrevivem, e desses 19, pelo menos 30% ficarão incapacitados fisicamente. Acho até que os pais têm que parar de alertar os filhos sobre o risco de morte. Devem alertar sobre a chance de eles arrebentarem o cérebro, a medula espinhal. Você sabe o que é ficar tetraplégico? Correr ou não correr, beber e dirigir, usar o cinto no carro, usar ou não o capacete na motocicleta, condutas básicas, são escolhas. Recentemente, uma pesquisa com universitários no Rio e São Paulo revelou que a metade, com a Lei Seca, continua bebendo, mas não dirigindo o seu carro. Mas ao serem perguntados sobre a volta da balada, 80% admitiram voltar no carro de com um amigo que bebeu. Um grande índice também não usa cinto de segurança no banco traseiro.

Transferem a responsabilidade para o outro.
Sim, e não têm consciência do risco. Por isso, os pais devem apresentar aos filhos adolescentes as consequências das suas escolhas no trânsito.

E serem também bons exemplos...
Ah, sim, o que é muitas vezes mais difícil. Muitos jovens já viram seus pais, tios, irem e voltarem de festas alcoolizados, ao volante. A força desse exemplo é poderosa. E não temos como fugir da necessidade da repressão. As pessoas têm que assumir seus atos. Na Inglaterra, as pessoas sabem que se beberem e forem flagradas ao volante, além de pagar uma multa caríssima, de serem presas, podem perder o emprego, e depois não conseguir outro. A campanha inglesa sobre álcool alerta sobre as consequências.

Vira um estigma.
Sim, pesa o conceito que aquela pessoa vai ter na sociedade, diante dos amigos, da família e do empregador. Mesmo que ela não tenha causado um acidente grave.

Aqui, muitas vezes associa-se à idéia da malandragem, da esperteza.
Um programa na TV mostrou, um ano após a Lei Seca entrar em vigor, o deboche de motoristas que pagavam mototaxistas para levá-los após o ponto onde estavam os guardas, e depois buscarem os carros para eles. Os guardas apareciam como os "patetas" da história, e os motoristas alcoolizados como os "espertos". Na realidade, as pessoas, de maneira geral, sabotam. Quando alguém está a 120, 130 numa via onde a velocidade máxima é 90 ou 100 quilômetros por hora, faz isso de propósito. E é preciso lembrar sempre que nós vivemos em sociedade, que a minha segurança depende da sua. Não dá para pensar que cada um cuida de si. No trânsito, o motociclista que não usa capacete, que não tem a capacidade de cuidar de si mesmo, certamente não vai se preocupar com o outro. O espaço é limitado, e muita gente disputa esse espaço no trânsito: carros, pessoas, ônibus, motocicletas, bicicletas. Por isso, todos devemos nos cuidar. Porque todo ano morrem milhares de pessoas no trânsito. Mas a gente só vai sair dessa enrascada quando o sistema de Educação embarcar nisso, com projetos pedagógicos de Educação de Trânsito também no ensino médio.

fonte: www.perkons.com.br

mobilidade e a contribuição da psicologia

Assessoria de Imprensa Perkons

Nos próximos dias 22 a 24 de outubro acontece o Seminário Nacional Psicologia e Mobilidade: O espaço público como direito de todos. O evento é promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e acontece no auditório do Conselho Regional de Psicologia 06, na Rua Arruda Alvim, 89, em São Paulo, SP. As inscrições custam R$ 50 e não se restringem a psicólogos. Mais informações: mobilidade.pol.org.br.
Na entrevista abaixo concedida a Perkons, a conselheira do CFP, Andréa Nascimento, doutoranda em psicologia e coordenadora da comissão de organização do evento, conta um pouco sobre o seminário e os assuntos que envolvem a temática.

Perkons - Qual o principal objetivo do seminário?
Andréa Nascimento
- Queremos reunir diferentes áreas que estudam, pensam e trabalham com o trânsito em um encontro sobre o que é o trânsito e o transporte no Brasil hoje. Não é um seminário acadêmico com apresentação de trabalhos, painéis e afins. Será um debate. A metodologia consiste em ter diversas áreas dialogando com alguém da psicologia. Teremos a medicina, a engenharia, a educação, enfim, as áreas que também estudam o trânsito. É a academia e a prática, entendendo que isso pode gerar problematizações e demandas de políticas públicas. Por isso teremos pessoas de universidades, pesquisadores e profissionais atuantes na prática.

Perkons - Que temas você acredita que vão gerar mais debate?
AN - Na verdade todos os temas são interessantes. Pensamos de forma multidisciplinar, na complexidade. Tentamos pegar o que mais está em foco hoje e vamos ao final elaborar um documento com um conjunto de propostas ético-políticas para o que pode ser feito hoje para o trânsito. Vamos discutir liberdades individuais, desenvolvimento urbano, espaço público, saúde pública, relações sociais no contexto urbano, educação para o trânsito, entre outros.

Perkons - Como a psicologia pode contribuir para a mobilidade urbana?
AN -
Historicamente a área de psicologia no trânsito esteve muito ligada à avaliação psicólogica. Não queríamos fazer essa ligação e não queremos discutir teste psicológico de Detran nesse espaço. Chamamos diversos psicólogos para discutir outros aspectos ligados à mobilidade. A psicologia contribui a partir do momento que aponta as relações de poder na disputa do espaço público, do carro com os pedestres, o comportamento dos usuários, os acidentes em si, as políticas públicas, entre outros. Trabalhamos as relações conflituosas. É muito mais complexo que restringir tudo a uma questão de comportamento humano. São as relações - espaciais, financeiras, econômicas, sociais - que acontecem no ambiente urbano. É tudo o que envolve a vida na cidade, o impacto disso na subjetividade das pessoas, como elas se constroem individualmente e em grupos.

Perkons - O trânsito é um espaço público, entretanto, muitos agem como se fosse particular. Como mudar isso?
AN - Não há receita pronta. Nosso modelo de vida e de mobilidade leva o carro particular junto. Nele deixo livros, roupas, sapatos, escolho a quem dou carona, coloco som no volume que eu quiser, disputo o espaço público, pois quero fluidez... . Cada vez mais o governo investe nos carros ao invés de investir em outros modais que levariam a uma mudança de comportamento para outras formas de transporte. A redução de IPI, por exemplo, gerou nas pessoas uma demanda por carro novo para quem não tinha e para quem já tinha um novo, que em alguns casos, nem era necessária a troca. Enquanto nosso modelo de mobilidade, de transporte, estiver sobrepujado ao modelo individualista, será muito difícil que o espaço público seja realmente público. No desenho do cartaz de divulgação do seminário o carro existe sim, não o negamos, mas o espaço é um espaço de todos.

Perkons - Como se poderia ampliar a atuação da psicologia para a melhoria do trânsito brasileiro?
AN - Em muitos aspectos, um deles é a questão da educação pra o trânsito. A psicologia também tem um acúmulo de conhecimento sobre ambiente. Estuda, por exemplo, como o ambiente contribui para a relação entre as pessoas. A psicologia pode ainda atuar junto a ONGs, prefeituras, instituições de trânsito e transporte, de desenvolvimento urbano, estar dentro das equipes de saúde trabalhando a questão dos acidentados, do stress pós-traumático, nas equipes de emergências e desastres. São muitas as contribuições... Hoje, muitos lugares têm interesse em engenheiro e arquiteto e a lógica preponderante é o aumento das ruas para os carros. Isso tem um reflexo, isso impacta na vida, na subjetividade das pessoas. Por que não se investe em políticas de melhoria do transporte público? Que mensagem se passa à população quando se cuida mais dos automóveis que da saúde, da educação? A psicologia lança essas questões a todos, esperamos que a resposta venha do coletivo e não somente de uma ou outra área isoladamente.

fonte: www.perkons.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Proposta de revisão do código de trânsito entra na reta final


CLICK NA IMAGEM PARA LER AS POSSIVEIS ALTERACOES QUE O CTB PODERA SOFRER.

DIA NACIONAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO

hoje no Brasil se comemora do dia nacional dos Instrutores de Transito, uma classe tao desprestigiada mas ao mesmo tempo com grande responsabilidade social em suas maos. Vai aqui meus parabens para todos os Instrutores de Transito do Brasil e que nao possamos baixar nunca nossas bandeiras e que possamos estar firmes para finca-las no pico da montanha.

PARABENS INSTRUTORES, NOS MERECEMOS!!!!!!!

Bate Papo - Por um Trânsito Seguro