segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Morte no Trânsito: fatalidade ou desrespeito as leis de trânsito?




Fui motivado a escrever algo sobre o assunto depois de assistir e vê algumas fotos na internet, inclusive a que está acima, de um acidente de trânsito que aconteceu nesse final de semana aqui na minha cidade. Como sou Instrutor de Trânsito e examinador de trânsito tenho uma visão ampla do processo de habilitação para o futuro motorista, pois, passei por todas as etapas, observando de perto cada uma delas. fiquei chocado com o que vi desse acidente especifico, que também não difere muita coisa dos demais. No Brasil mais de 40.000 pessoas perdem a vida anualmente em acidentes de trânsito, porém acredita-se que estes números são maiores pois as estatísticas são falhas. Além das falhas, podemos destacar também que somente as vítimas que morrem no local do acidente é que são computadas como morte no trânsito. Aqui no Acre, segundo o Detran/Ac morreram 72 pessoas no trânsito acreano em 2009, até agora(agosto/2009). É muita gente. Quando ocorre um acidente o comentário mais feito por populares, pela imprensa - alguns jornalistas - , entre outras pessoas, é aquele que diz que o "acidente foi uma fatalidade" será mesmo? Analisando o conceito de direção defensiva podemos refletir melhor sobre o assunto. "Direção Defensiva é dirigir de modo e evitar acidente apesar das ações incorretas dos outros usuários da via" (manual de trânsito). Vejam que nessa definição simples temos o elemento evitar o acidente, logo, observa-se que o acidente é evitável. Portanto, Acidente não acontece por acaso, por obra do destino ou por azar. Todo Acidente de Trânsito poderia e deveria ser evitado, ele só ocorreu porque deixou de ser respeitada alguma ou várias das normas de trânsito elencadas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Nós como Instrutores de Trânsito, como formadores dos futuros motoristas, apesar que alguns já chegam na auto escola sabendo guiar o carro, o que é errado, somos responsável direto pela formação dos nossos alunos. Temos nossa parcela de responsabilidade, porém, não é a única.
A responsabilidade é de todos nós, sejamos motoristas, pedestres, ciclistas, motociclistas, qualquer um tem a responsabilidade e o dever de zelar por um trânsito seguro. Não podemos esperar que o poder público faça tudo para que essa guerra acabe, nós devemos nos municiar e colocar um ponto final nessa guerra, que a cada dia tem invadido os noticiários e se colocado como algo normal, imprevisível, morreu porque tinha que morrer, coisas do tipo, crendices arcaicas que não passam de falsas idéias e demonstram o despreparo técnico de algumas pessoas ao comentarem tais fatos.
Vamos vencer essa guerra quando o Poder Público acordar e tomar para si sua responsabilidade e liderar um grande movimento que unirá a sociedade civil organizada, e todas as entidades relacionadas ao trânsito (associações, sindicatos, Instrutores de Trânsito, Examinadores de Trânsito, Autoescolas,Detran, Rbtran, Ciatran, etc.) com um único objetivo, POR UM TRÂNSITO SEGURO, para toda nossa sociedade, conforme reza no art. 1º § 2º do CTB "O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito".
Charles Brasil
Instrutor e Examinador de Trânsito

Um comentário:

duda disse...

tive um filho atropelado e morto apos 26 dias em coma,nada foi feito com o autor do atropelamento,nem pericia no local teve,por se tratar de uma pessoa muito conhecida.perdi meu filho de apenas 14anos de idade e sofremos tambem com a impunidade.

Bate Papo - Por um Trânsito Seguro