Assessoria de Imprensa Perkons
O consultor em segurança no trânsito, Fernando Pedrosa, avalia as manifestações que marcaram o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito
Curitiba centralizou neste domingo (15) o Dia Mundial em Memória das Vitimas de Trânsito no país. Milhares de manifestantes se reuniram no Parque Barigui pela paz e segurança no transito, mas, principalmente, para reivindicar o fim da impunidade.
No Rio de Janeiro as manifestações acontecem no Posto Seis do Forte de Copacabana e foi marcada por uma celebração plurirreligiosa.
''O evento foi emblemático. Mostrou como a sociedade mobilizada pode transformar um grande evento de manifestação pública em uma celebração em defesa da vida'', afirma o consultor de segurança no trânsito, Fernando Pedrosa.
O mais importante, para o consultor, é que essas manifestações públicas demonstram que a sociedade está começando a ter consciência de que a violência no trânsito não é acidente. ''É previsível e como tudo o que é previsível pode ser evitado'', diz. Outro ganho é que o cidadão está descobrindo a força da união como ferramenta de cobrança e de participação pelo fim da impunidade no trânsito.
As manifestações foram organizadas pela associação Trânsito Amigo, do Rio de Janeiro, que reúne parentes e amigos de vitimas de trânsito.
Curitiba foi escolhida por ter sido palco do acidente envolvendo o ex-deputado estadual, Fernando Ribas Carli Filho, que matou dois jovens ao dirigir em alta velocidade. Pela gravidade do acidente, ex-deputado foi indiciado por duplo homicídio qualificado com dolo eventual. ''É um fato raro no país e que pode representar uma mudança de paradigma no tratamento das questões que envolvem a violência no trânsito'', diz Pedrosa.
O Dia Mundial em Memória às Vitimas de trânsito foi instituído pela ONU em 2005 e é comemorado todo terceiro domingo de novembro. O objetivo é criar um compromisso formal para definições de políticas públicas e ações efetivas em defesa da segurança no trânsito.
O símbolo da campanha deste ano é o "Laço da Solidariedade no Trânsito", criado e oferecido pela Perkons. Este laço foi transformado em um bóton para ser usado para representar um compromisso com a segurança no trânsito brasileiro e o significado de ''Eu vou fazer a minha parte''.
Confira abaixo entrevista com o consultor em Segurança no Trânsito, Fernando Pedrosa.
Como você avalia o tratamento dado ao tema trânsito hoje em dia: há mais espaço na mídia? O assunto começa a ser tratado como um tema prioritário em relação à definição de políticas publicas para redução de acidentes?
Sem dúvida o tema trânsito tem recebido mais atenção. Não só por parte das autoridades, mas, principalmente, por parte da própria sociedade, que é quem acaba pagando a pesadíssima conta da violência gerada.
Ao que você atribui isso?
Em primeiro lugar ao próprio Código de Trânsito Brasileiro, promulgado em setembro de 1997, que promoveu uma profunda revisão nas normas de circulação, privilegiando a vida acima de tudo. Depois, ao insubstituível papel dos meios de comunicação que passaram a pautar em seus noticiários não só os registros de acidentes, mas a discussão de suas causas. Por fim, a vigência da LEI SECA com seus resultados imediatos e pontuais em termos de redução de registros de ocorrências, mortes e lesões.
Quais os fatores que estão levando a esta mudança?
Não tenho dúvida de que o principal fator é a conscientização. O cidadão descobriu que a solução desse grave problema de saúde pública está rigorosamente em suas mãos. Ele percebeu que o que mata e fere tanta gente no Brasil é algo perfeitamente previsível e, por isso mesmo, evitável. Também descobriu que é possível reverter tanta violência apenas mudando de atitude. Não só a atitude do cidadão negligente ilegal, mas também a atitude da autoridade negligente.
Em sua opinião, o que precisa ser feito para mudar a realidade do trânsito brasileiro?
Compromisso. Falta ao Brasil o que já acontece em muitos países como, por exemplo, a França, Portugal, Japão e EUA.
Precisamos de políticas públicas consistentes, campanhas educativas e de informação pertinentes, regras e normas que acompanhem a evolução do sistema de trânsito, fiscalização permanente e punições justas e céleres.
O que falta ao motorista?
Senso de autopreservação. A convicção de que o trânsito, por ser o maior espaço democrático do mundo, mistura a um mesmo ambiente cidadãos cuidadosos e outros nem tanto. É importante registrar que a esmagadora maioria dos condutores brasileiros é consciente e respeitadora da lei. Apenas 7% dos mais de 45 milhões de motoristas habilitados são infratores contumazes (mais de 5 infrações por ano). O problema é que essa pequena parcela é extremamente agressiva e letal. Para esses, só há uma solução. Fiscalização e punição.
A solução para os problemas que o trânsito oferece vai muito mais além do que a simples construção de vias de acesso, alargamento de vias, construção de pontes, etc. Não existe fórmula concreta para a solução, não será uma atitude isoladamente que será necessário para solucionar tal problemática. Precisamos construir a via da educação, educar não só o motorista, mas o cidadão.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Motorista sem braço passa no teste de direção
Próteses 'inteligentes' transformam comando cerebral em impulso elétrico.
Christian Kandlbauer perdeu membros superiores há 4 anos em acidente.
Após perder os braços em um acidente de trabalho há quatro anos, o austríaco Christian Kandlbauer, de 22 anos, já pode dirigir novamente graças aos seus membros artificiais controlados pelo poder da mente.
"Dirigir é muito importante para mim", disse ao “Daily Mail” o jovem, que agora dirige em um carro modificado para portadores de deficiência, depois de passar no teste de direção na semana passada. "Mas agora eu também posso beber um copo de cerveja sem precisar de um canudo. Isso é impressionante!”, comemorou.
Usando os nervos que antes controlavam seu corpo saudável, o ex-mecânico tem só que pensar no que gostaria que seus braços fizessem para que o comando seja obedecido.
O pensamento de seu cérebro cria um impulso elétrico particular nas terminações nervosas no local da amputação. E esse impulso, por sua vez, é captado por ligações elétricas para os braços artificiais, que respondem ao impulso específico e assim fazem com que eles se movam como Kandlbauer quer.
O jovem perdeu os braços após ser eletrocutado por uma carga de 20 mil volts, em setembro de 2005. Há dois anos, foi o primeiro paciente do mundo a receber esse tipo de membros artificiais 'inteligentes'. Para isso, teve de passar por uma complexa cirurgia em que seus nervos foram reordenados.
“Após essa operação de transferência de nervo selecionado, os sinais que antes eram responsáveis pelo controle do braço passaram a ser usados para controlar a nova prótese”, informou a companhia de saúde Otto Bock, que criou os membros artificiais inteligentes em conjunto com cientistas de Viena.
"Os eletrodos instalados no soquete da prótese respondem a esses sinais de controle. Quando o usuário envia sinais de movimento, uma análise eletrônica complexa no interior da prótese converte os sinais e reconhece os movimentos que o usuário gostaria de fazer", explicou a empresa ao “Daily Mail”.
Christian Kandlbauer perdeu membros superiores há 4 anos em acidente.
Após perder os braços em um acidente de trabalho há quatro anos, o austríaco Christian Kandlbauer, de 22 anos, já pode dirigir novamente graças aos seus membros artificiais controlados pelo poder da mente.
"Dirigir é muito importante para mim", disse ao “Daily Mail” o jovem, que agora dirige em um carro modificado para portadores de deficiência, depois de passar no teste de direção na semana passada. "Mas agora eu também posso beber um copo de cerveja sem precisar de um canudo. Isso é impressionante!”, comemorou.
Usando os nervos que antes controlavam seu corpo saudável, o ex-mecânico tem só que pensar no que gostaria que seus braços fizessem para que o comando seja obedecido.
O pensamento de seu cérebro cria um impulso elétrico particular nas terminações nervosas no local da amputação. E esse impulso, por sua vez, é captado por ligações elétricas para os braços artificiais, que respondem ao impulso específico e assim fazem com que eles se movam como Kandlbauer quer.
O jovem perdeu os braços após ser eletrocutado por uma carga de 20 mil volts, em setembro de 2005. Há dois anos, foi o primeiro paciente do mundo a receber esse tipo de membros artificiais 'inteligentes'. Para isso, teve de passar por uma complexa cirurgia em que seus nervos foram reordenados.
“Após essa operação de transferência de nervo selecionado, os sinais que antes eram responsáveis pelo controle do braço passaram a ser usados para controlar a nova prótese”, informou a companhia de saúde Otto Bock, que criou os membros artificiais inteligentes em conjunto com cientistas de Viena.
"Os eletrodos instalados no soquete da prótese respondem a esses sinais de controle. Quando o usuário envia sinais de movimento, uma análise eletrônica complexa no interior da prótese converte os sinais e reconhece os movimentos que o usuário gostaria de fazer", explicou a empresa ao “Daily Mail”.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Onde vão colocar tantos veículos?
Produção de veículos sobe 15,7% em outubro. Mês registrou 315.956 unidades fabricadas contra 273.027 em setembro. Caminhões, exportações e aumento dos estoques puxaram a produção.
A produção nacional de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), registrou alta de 15,7% no mês de outubro, quando saíram das linhas de montagem 315.956 unidades, contra as 273.027 fabricadas em setembro. Em relação a igual mês do ano passado, o crescimento foi de 6,3%, quando foram fabricadas 297.229 unidades. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (9) pela Anfavea ( Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
O resultado representa a recuperação da produção de caminhões e das exportações, reflexo da nova fase econômica no Brasil e no mundo, além do esforço da indústria para aumento dos estoques.
De acordo com o balanço, a produção de caminhões subiu 13% em relação a setembro: foram 12.999 unidades produzidas em outubro, sobre 11.506 contabilizadas no mês anterior.
Esse não é o primeiro crescimento da produção registrado pelo setor de caminhões. No entanto ele mostra a tendência de recuperação do segmento para os próximos meses, já que a indústria de veículos pesados trabalha por meio de encomendas e os consumidores fazem planejamento antecipado das compras.
"Claramente, a tendência de recuperação do mercado de caminhões indica a melhora do segmento", afirma o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.
Exportações
Já as exportações em unidades subiram 16,7% em outubro em relação a setembro, de 40.448 para 47.196. O resultado é puxado pela venda externa de automóveis e comerciais leves, que juntos registram alta de 16,3% (de 38.574 em setembro para 44.870 em outubro) e das vendas de ônibus que subiram 77,4% (de 674 para 1.196 unidades).
Segundo Schneider, apesar do resultado positivo das vendas externas, os principais mercados compradores de produtos brasileiros ainda não se recuperaram. Ou seja, ainda é cedo para dizer que o aumento do volume vendido ao exterior é sustentável. Mesmo assim, Schneider reconhece que o aumento das vendas externas em outubro, principalmente de automóveis, é uma notícia positiva.
"As exportações do Brasil começaram a sentir a crise em outubro de 2008, mas o mercado interno só foi sentir em novembro, quando a crise atingiu diretamente os clientes do Brasil", diz Schneider, sobre a preocupação com as exportações.
Em valores, o volume exportado representa a comercialização de US$ 795,6 milhões ao considerar também a exportação de máquinas agrícolas. Como em setembro haviam sido vendidos ao mercado externo US$ 734,1 milhões, o volume de outubro representa expansão de 8,4%.
Ao considerar as vendas internas e externas, a produção de automóveis e comercias leves subiu 16,5%. Foram 249.305 produzidas em setembro sobre 290.552 fabricadas em outubro. Já a produção de ônibus cresceu 13,6% - de 2.661 unidades produzidas em setembro contra 3.023 em outubro.
Em relação aos estoques, Schneider afirma que o volume de veículos nos pátios das fábricas e nas concessionárias está "no limite mínimo". Segundo ele, o volume, em outubro, em estoque é suficiente para 22 dias de vendas, ou seja, 215.819 unidades. Em setembro, os estoques eram de 171.601 veículos, equivalente a 17 dias.
"Forçamos a produção em outubro para recuperarmos o estoque. A previsão é que consigamos um nível 'saudável' dos estoques nos próximos meses", diz. Segundo ele, o volume atual está entre três e quatro dias abaixo do ideal.
Acumulado até outubro
A importância do crescimento do mês de outubro em relação a setembro é o ritmo de retomada que a indústria automobilística nacional aguarda para 2010, especialmente no que se refere as exportações que sofreram forte impacto da crise econômica mundial.
No quadro geral, o acumulado de janeiro a outubro ainda mostra queda de produção. Na comparação com o mesmo período de 2008, o volume que saiu das linhas de montagem é 7,9% menor este ano, de 2.771.621 unidades para 2.552.606.
A pior queda é observada no segmento de caminhões, com redução de 33,6% da produção no acumulado. Foram 95 mil unidades produzidas neste ano, em contraste com as 143.173 unidades entre janeiro e outubro de 2008. O tipo de caminhão que mais sofreu perdas em produção foi o de pesados, com queda de 53. A produção de caminhões está diretamente vinculada ao volume de encomendas demandado as montadoras, ou seja, ela representa as vendas que serão feitas nos próximos meses.
O que puxa esse volume para baixo são as exportações que despencaram 42% de janeiro a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Ao todo foram 371.418 unidades exportadas até agora, contra 640.475 no ano passado. Somente o mercado de caminhões registrou queda de 68,6% no período, de 34.161 unidades em 2008 contra 10.717 até outubro deste ano.
Licenciamentos
No que se refere as vendas no mercado interno, foi registrada a queda de 4,6% dos licenciamentos de veículos em outubro, na comparação com setembro. Ao todo foram 294.466 unidades vendidas contra 308.718 unidades no mês anterior, sendo que do volume 17% são de automóveis importados.
A baixa é atribuída a antecipação de compras de automóveis e comerciais leves em setembro, por ser o último mês com redução do IPI integral. Assim, esse segmento sofreu queda de 5,2%: de 296.652 unidades para 281.270 unidades. Outro setor que apresentou queda no mercado interno foi o de ônibus, de 5,3% (de 1.970 unidades emplacadas em setembro para 1.866 em outubro).
"Acreditamos que o desempenho das vendas será melhor do que o esperado", observa Schneider. A Anfavea projetou o licenciamento de 3 milhões de veículos neste ano, aumento de 6,4% em relação a 2008. Para Schneider, o desempenho satisfatório do segundo semestre deverá ficar entre 70 mil e 80 mil unidades acima do previsto anteriormente.
Escrito Por:
Charles Batista
Escritor Colaborador Internacional do Proit
A produção nacional de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), registrou alta de 15,7% no mês de outubro, quando saíram das linhas de montagem 315.956 unidades, contra as 273.027 fabricadas em setembro. Em relação a igual mês do ano passado, o crescimento foi de 6,3%, quando foram fabricadas 297.229 unidades. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (9) pela Anfavea ( Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
O resultado representa a recuperação da produção de caminhões e das exportações, reflexo da nova fase econômica no Brasil e no mundo, além do esforço da indústria para aumento dos estoques.
De acordo com o balanço, a produção de caminhões subiu 13% em relação a setembro: foram 12.999 unidades produzidas em outubro, sobre 11.506 contabilizadas no mês anterior.
Esse não é o primeiro crescimento da produção registrado pelo setor de caminhões. No entanto ele mostra a tendência de recuperação do segmento para os próximos meses, já que a indústria de veículos pesados trabalha por meio de encomendas e os consumidores fazem planejamento antecipado das compras.
"Claramente, a tendência de recuperação do mercado de caminhões indica a melhora do segmento", afirma o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.
Exportações
Já as exportações em unidades subiram 16,7% em outubro em relação a setembro, de 40.448 para 47.196. O resultado é puxado pela venda externa de automóveis e comerciais leves, que juntos registram alta de 16,3% (de 38.574 em setembro para 44.870 em outubro) e das vendas de ônibus que subiram 77,4% (de 674 para 1.196 unidades).
Segundo Schneider, apesar do resultado positivo das vendas externas, os principais mercados compradores de produtos brasileiros ainda não se recuperaram. Ou seja, ainda é cedo para dizer que o aumento do volume vendido ao exterior é sustentável. Mesmo assim, Schneider reconhece que o aumento das vendas externas em outubro, principalmente de automóveis, é uma notícia positiva.
"As exportações do Brasil começaram a sentir a crise em outubro de 2008, mas o mercado interno só foi sentir em novembro, quando a crise atingiu diretamente os clientes do Brasil", diz Schneider, sobre a preocupação com as exportações.
Em valores, o volume exportado representa a comercialização de US$ 795,6 milhões ao considerar também a exportação de máquinas agrícolas. Como em setembro haviam sido vendidos ao mercado externo US$ 734,1 milhões, o volume de outubro representa expansão de 8,4%.
Ao considerar as vendas internas e externas, a produção de automóveis e comercias leves subiu 16,5%. Foram 249.305 produzidas em setembro sobre 290.552 fabricadas em outubro. Já a produção de ônibus cresceu 13,6% - de 2.661 unidades produzidas em setembro contra 3.023 em outubro.
Em relação aos estoques, Schneider afirma que o volume de veículos nos pátios das fábricas e nas concessionárias está "no limite mínimo". Segundo ele, o volume, em outubro, em estoque é suficiente para 22 dias de vendas, ou seja, 215.819 unidades. Em setembro, os estoques eram de 171.601 veículos, equivalente a 17 dias.
"Forçamos a produção em outubro para recuperarmos o estoque. A previsão é que consigamos um nível 'saudável' dos estoques nos próximos meses", diz. Segundo ele, o volume atual está entre três e quatro dias abaixo do ideal.
Acumulado até outubro
A importância do crescimento do mês de outubro em relação a setembro é o ritmo de retomada que a indústria automobilística nacional aguarda para 2010, especialmente no que se refere as exportações que sofreram forte impacto da crise econômica mundial.
No quadro geral, o acumulado de janeiro a outubro ainda mostra queda de produção. Na comparação com o mesmo período de 2008, o volume que saiu das linhas de montagem é 7,9% menor este ano, de 2.771.621 unidades para 2.552.606.
A pior queda é observada no segmento de caminhões, com redução de 33,6% da produção no acumulado. Foram 95 mil unidades produzidas neste ano, em contraste com as 143.173 unidades entre janeiro e outubro de 2008. O tipo de caminhão que mais sofreu perdas em produção foi o de pesados, com queda de 53. A produção de caminhões está diretamente vinculada ao volume de encomendas demandado as montadoras, ou seja, ela representa as vendas que serão feitas nos próximos meses.
O que puxa esse volume para baixo são as exportações que despencaram 42% de janeiro a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Ao todo foram 371.418 unidades exportadas até agora, contra 640.475 no ano passado. Somente o mercado de caminhões registrou queda de 68,6% no período, de 34.161 unidades em 2008 contra 10.717 até outubro deste ano.
Licenciamentos
No que se refere as vendas no mercado interno, foi registrada a queda de 4,6% dos licenciamentos de veículos em outubro, na comparação com setembro. Ao todo foram 294.466 unidades vendidas contra 308.718 unidades no mês anterior, sendo que do volume 17% são de automóveis importados.
A baixa é atribuída a antecipação de compras de automóveis e comerciais leves em setembro, por ser o último mês com redução do IPI integral. Assim, esse segmento sofreu queda de 5,2%: de 296.652 unidades para 281.270 unidades. Outro setor que apresentou queda no mercado interno foi o de ônibus, de 5,3% (de 1.970 unidades emplacadas em setembro para 1.866 em outubro).
"Acreditamos que o desempenho das vendas será melhor do que o esperado", observa Schneider. A Anfavea projetou o licenciamento de 3 milhões de veículos neste ano, aumento de 6,4% em relação a 2008. Para Schneider, o desempenho satisfatório do segundo semestre deverá ficar entre 70 mil e 80 mil unidades acima do previsto anteriormente.
Escrito Por:
Charles Batista
Escritor Colaborador Internacional do Proit
BOM SERIA SE NÓS NÃO TIVESSE VÍTIMAS NO TRÂNSITO, MUITO MENOS UM DIA EM MEMÓRIA A ESSAS VÍTIMAS. COISA ABSURDA ISSO, TER UM DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA AS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO, ISSO QUER DIZER, ENTÃO, QUE VAMOS CONTINUAR TENDO VÍTIMAS DE ACIDENTE DE TRÂNSITO? QUER DIZER QUE O TRÂNSITO VAI CONTINUAR FAZENDO SUAS VÍTIMAS? NÃO ABSORVO ESSA DE FORMA ALGUMA!
TEMOS QUE TRABALHAR EM CONJUNTO PARA TERMOS UM TRÂNSITO EM CONDIÇÕES SEGURA PARA TODOS COMO PREVÊ O ORDENAMENTO JURÍDICO VIGENTE E NÃO FICAR LEMBRANDO OU LAMENTANDO AS VÍTIMAS DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO. O ACIDENTE DE TRÂNSITO É UM EVENDO PREVISÍVEL, PORTANTO, PASSÍVEL DE SER EVITADO. E A FORMA MAIS PRÁTICA DE EVITAR UM ACIDENTE DE TRÂNSITO É DIRIGIR DEFENSIVAMENTE. TEMOS QUE DIFUNDIR OS PRINCÍPIOS DA DIREÇÃO DEFENSIVA, DIFUNDIR O TEMA NAS UNIVERSIDADES, FACULDADES, ESCOLAS DE ENSINO PRIMÁRIO, FUNDAMENTAL E MÉDIO PARA CRIARMOS UM COMPORTAMENTO HUMANO QUANDO NA DIREÇÃO DE UM VEÍCULO.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
motorista condenado
Justiça condena motorista que atropelou e matou seis pessoas em Bangu
O juiz Alberto Salomão Junior, da 2ª Vara Criminal de Bangu, condenou ontem, dia 4, a cinco anos, três meses e 22 dias de detenção, em regime semi-aberto, o réu André Leandro da Silva, que atropelou e matou seis pessoas, entre elas um bebê de nove meses, em Bangu, Zona Oeste do Rio, em junho deste ano. Ele cumprirá pena por homicídio culposo na direção de veículo automotor (seis vezes), por não possuir carteira de habilitação e por praticar os crimes em calçada.
Na audiência desta quarta-feira, foram ouvidas nove testemunhas de acusação, que afirmaram que André estava sem a carteira de motorista - no dia do ocorrido, ele teria apresentado apenas uma cópia de habilitação vencida -, que ele conduzia seu veículo em alta velocidade e que havia ingerido bebiba alcoólica antes do acidente. Pela defesa, que não arrolou testemunhas, foi dito que o carro do réu teria sido fechado por outro e, por isso, ele não teve como frear, ocasionando o acidente.
Para o juiz, a autoria criminosa do acusado restou inequívoca após os depoimentos das testemunhas. "Observe-se que o cenário posterior à conduta do acusado foi tão grave que, certamente, ainda que não existisse o mencionado laudo comprovando a alta velocidade para o local, fácil seria concluir sobre sua existência. As avarias descritas também pelo laudo dão conta de que, além de pessoas atropeladas, o acusado destruiu um poste, um muro de uma casa, o telhado de um bar, consistente em estrutura metálica de cobertura, apenas parando seu veículo quando não mais era possível prosseguir diante dos obstáculos que foi superando enquanto atropelava as vítimas", afirmou o juiz.
"Tem razão absoluta o MP ao afirmar que o acusado violou o dever objetivo de cuidado, pois dirigia seu veículo automotor de forma imprudente, em alta velocidade, em local inapropriado, vindo a causar o atropelamento e morte das seis vítimas", concluiu. Por ser réu primário, André poderá recorrer da decisão em liberdade.
O juiz Alberto Salomão Junior, da 2ª Vara Criminal de Bangu, condenou ontem, dia 4, a cinco anos, três meses e 22 dias de detenção, em regime semi-aberto, o réu André Leandro da Silva, que atropelou e matou seis pessoas, entre elas um bebê de nove meses, em Bangu, Zona Oeste do Rio, em junho deste ano. Ele cumprirá pena por homicídio culposo na direção de veículo automotor (seis vezes), por não possuir carteira de habilitação e por praticar os crimes em calçada.
Na audiência desta quarta-feira, foram ouvidas nove testemunhas de acusação, que afirmaram que André estava sem a carteira de motorista - no dia do ocorrido, ele teria apresentado apenas uma cópia de habilitação vencida -, que ele conduzia seu veículo em alta velocidade e que havia ingerido bebiba alcoólica antes do acidente. Pela defesa, que não arrolou testemunhas, foi dito que o carro do réu teria sido fechado por outro e, por isso, ele não teve como frear, ocasionando o acidente.
Para o juiz, a autoria criminosa do acusado restou inequívoca após os depoimentos das testemunhas. "Observe-se que o cenário posterior à conduta do acusado foi tão grave que, certamente, ainda que não existisse o mencionado laudo comprovando a alta velocidade para o local, fácil seria concluir sobre sua existência. As avarias descritas também pelo laudo dão conta de que, além de pessoas atropeladas, o acusado destruiu um poste, um muro de uma casa, o telhado de um bar, consistente em estrutura metálica de cobertura, apenas parando seu veículo quando não mais era possível prosseguir diante dos obstáculos que foi superando enquanto atropelava as vítimas", afirmou o juiz.
"Tem razão absoluta o MP ao afirmar que o acusado violou o dever objetivo de cuidado, pois dirigia seu veículo automotor de forma imprudente, em alta velocidade, em local inapropriado, vindo a causar o atropelamento e morte das seis vítimas", concluiu. Por ser réu primário, André poderá recorrer da decisão em liberdade.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Acidente de Trânsito
Acidente de Trânsito: manifestação contemporânea da violência social
Escrito por José Nivaldino Rodrigues*
01-Jun-2007
A violência e o acidente de trânsito são fatos sociais que apresentam muitas características comuns. Ambos são problemas da teoria e da prática social e política da sociedade. A violência é um fenômeno muito mais antigo que o acidente de trânsito. Enquanto a violência originou-se simultaneamente com o surgimento da humanidade, o acidente de trânsito é contemporâneo da sociedade moderna e surgiu com a revolução do automóvel.
Violência por definição é um comportamento humano que vise ou possa causar dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. È o ato atentatório contra a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo contra a vida de outro. É um fenômeno que permeia todo o tecido social e assume diferentes formas. É geral. Ocorre do nosso lado e nas mais longínquas regiões terrestres. Pode ser percebida nos bairros nobres das cidades e nas periferias. Está nas ruas e, até mesmo, dentro de nossas casas. É exterior à vontade das pessoas. Alcança todas elas indistintamente variando, porém, em intensidade. É uma realidade no cotidiano das pessoas com a qual elas têm de conviver. O viver em sociedade foi sempre um viver violento (Odalia, 1983). Em todas as horas e lugares ela aparece das mais variadas formas. Tal qual a violência, o acidente de trânsito é democrático. Acontecem em todos os lugares. Atingem a todas as pessoas, independentemente de suas posições sociais. Não é um evento deliberado, mas fruto de displicência e de falta de atenção e, até mesmo, pelo gosto do risco e da aventura.
Se a violência é um fenômeno social, toda violência é social. Entretanto, a violência é seletiva em relação a certos segmentos da população ou apresenta um alcance mais geral justificado por condições sociais e históricas. Nesse sentido, pode-se denominar o acidente de trânsito de violência social, pois reflete um conjunto de fatores estruturais da realidade social que vai além da simples presença de veículos nas vias públicas. A violência no trânsito é um fenômeno cujas causas são determinadas socialmente, atinge toda a população e suas conseqüências são dramáticas na vida das pessoas.
O acidente de trânsito, como manifestação contemporânea da sociedade moderna, está inserido na lógica do sistema capitalista. É, também, uma forma de violência. A violência no trânsito representa um grave problema de nossa sociedade. Ocorre a cada instante e, indubitavelmente, a sociedade dispõe de condições necessárias e suficientes para apresentar soluções e reduzir os seus efeitos. Porém, nossos governantes pouco se preocupam com o problema. Não o faz em nome de outras prioridades.
Para se ter uma noção do tamanho da tragédia que é o trânsito, o Brasil registra anualmente 1,5 milhão de acidentes. A quantidade de pessoas feridas por ano é de 400 mil pessoas. Essa quantidade de acidentes resulta na morte de 35 mil pessoas/ano. Aproximadamente 7.5 milhão de pessoas se envolvem de alguma forma em acidentes de trânsito no período de um ano.
A cada minuto 14 pessoas sofrem acidentes de trânsito, 3 acidentes acontecem e uma pessoa é ferida. A cada 15 minutos, uma pessoa morre. Imaginemos um cenário, ainda mais amplo. Se hipoteticamente tivermos outras 3 pessoas que mantêm algum tipo de relação com qualquer das pessoas envolvidas em acidentes, teremos uma população de mais de 22 milhões de pessoas que de algum modo participa desse cenário catastrófico que encerra os acidentes de trânsito. É incomensurável, a quantidade de dramas pessoais dele decorrentes.
Para além do sofrimento ao qual estão submetidas as pessoas que se acidentam no trânsito, duas pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelaram que os acidentes de trânsito no Brasil custam ao Estado e à sociedade aproximadamente 30 bilhões de reais por ano, ou seja, 1,2% do PIB brasileiro. Desse modo, os acidentes de trânsito custam caro ao povo e as sociedades brasileiras, onerando sobremaneira, os sistemas de saúde e de segurança pública. Entretanto, não observamos políticas públicas consistentes no sentido de reduzi-los.
Não resta dúvida que o acidente de trânsito é uma manifestação contemporânea da violência social. Violência que não compreende apenas crimes, mas todo o efeito destruidor que provocam sobre as pessoas e sobre as regras de convívio na cidade. O trânsito violento interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais, e contribui para o quadro da perda da qualidade de vida.
O principal fator da violência no trânsito no Brasil é humano. É certo que existem deficiências técnicas, de infra-estrutura e de engenharia. Entretanto, condutores, motociclistas, ciclistas e, até mesmo, pedestres são incapazes de cumprir as mais elementares regras de circulação. Não obedecem a sinalização, os limites de velocidade, avançam sinal vermelho e falam ao celular enquanto dirigem. Não raramente dirigem embriagados ou sem habilitação. É esse tipo de comportamento perigoso que gera o risco e provoca os acidentes de trânsito. No trânsito parece que vivemos um estado de anomia conforme a concepção de Durkheim. A falta de regras e o seu descumprimento invariavelmente levam a um cenário de violência sem precedentes.
A lei de trânsito no Brasil parece ser menos importante que as outras leis. Infrações de trânsito são consideradas pequenos deslizes. Por vezes, o infrator é até tratado como herói e corajoso. Expõe-se ao risco e impõe risco a outras pessoas sem considerar que o palco em que se comete estripulias motorizadas mata 35 mil pessoas por ano. A finalidade da lei de trânsito nada mais é do que limitar a liberdade de locomoção e de circulação de cada pessoa, individualmente, para garantir a liberdade de locomoção de interesse coletivo dentro de níveis seguros para toda a população. A lei de trânsito, nesse sentido, é a garantia do direito de locomoção universal no espaço público. Complementar a essa situação, a polícia e o judiciário são complacentes com esse estado de coisas que observamos no cotidiano do trânsito.
Culturalmente, no Brasil, o acidente de trânsito é tido como uma fatalidade. É um acontecimento fortuito e não previsto. Em tese, as pessoas não saem às ruas para, deliberadamente, matar ou ferir pessoas com seus veículos. Embora não pratiquem a violência de forma deliberada, incorrem em ato violento por imprudência, imperícia ou negligência. Essas formas de violência recebem um tratamento de crime culposo e não doloso, tornando menor a indignação das pessoas e elevando o fator de risco no trânsito.
Dessa forma, pode-se concluir que a violência no trânsito é uma conjugação de fatores que se interagem e resultam em uma fórmula tão ou mais explosiva que uma bomba atômica: risco, aventura, displicência, desconhecimento, desobediência, impunidade. Os resultados observamos estampados nas páginas de jornal não raramente em matérias intituladas de tragédias. Ressalte-se que os acidentes de trânsito são tão ligados ao conceito de violência que seus registros são tratados e elaborados, na maioria das vezes, pelos órgãos policiais.
*Economista (UNIDF, 1997), Especialista em Educação para o Trânsito (Universidade de Brasília, 2003), Mestre em Sociologia (Universidade de Brasília), Policial Rodoviário Federal. Presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federai
Escrito por José Nivaldino Rodrigues*
01-Jun-2007
A violência e o acidente de trânsito são fatos sociais que apresentam muitas características comuns. Ambos são problemas da teoria e da prática social e política da sociedade. A violência é um fenômeno muito mais antigo que o acidente de trânsito. Enquanto a violência originou-se simultaneamente com o surgimento da humanidade, o acidente de trânsito é contemporâneo da sociedade moderna e surgiu com a revolução do automóvel.
Violência por definição é um comportamento humano que vise ou possa causar dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. È o ato atentatório contra a autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo contra a vida de outro. É um fenômeno que permeia todo o tecido social e assume diferentes formas. É geral. Ocorre do nosso lado e nas mais longínquas regiões terrestres. Pode ser percebida nos bairros nobres das cidades e nas periferias. Está nas ruas e, até mesmo, dentro de nossas casas. É exterior à vontade das pessoas. Alcança todas elas indistintamente variando, porém, em intensidade. É uma realidade no cotidiano das pessoas com a qual elas têm de conviver. O viver em sociedade foi sempre um viver violento (Odalia, 1983). Em todas as horas e lugares ela aparece das mais variadas formas. Tal qual a violência, o acidente de trânsito é democrático. Acontecem em todos os lugares. Atingem a todas as pessoas, independentemente de suas posições sociais. Não é um evento deliberado, mas fruto de displicência e de falta de atenção e, até mesmo, pelo gosto do risco e da aventura.
Se a violência é um fenômeno social, toda violência é social. Entretanto, a violência é seletiva em relação a certos segmentos da população ou apresenta um alcance mais geral justificado por condições sociais e históricas. Nesse sentido, pode-se denominar o acidente de trânsito de violência social, pois reflete um conjunto de fatores estruturais da realidade social que vai além da simples presença de veículos nas vias públicas. A violência no trânsito é um fenômeno cujas causas são determinadas socialmente, atinge toda a população e suas conseqüências são dramáticas na vida das pessoas.
O acidente de trânsito, como manifestação contemporânea da sociedade moderna, está inserido na lógica do sistema capitalista. É, também, uma forma de violência. A violência no trânsito representa um grave problema de nossa sociedade. Ocorre a cada instante e, indubitavelmente, a sociedade dispõe de condições necessárias e suficientes para apresentar soluções e reduzir os seus efeitos. Porém, nossos governantes pouco se preocupam com o problema. Não o faz em nome de outras prioridades.
Para se ter uma noção do tamanho da tragédia que é o trânsito, o Brasil registra anualmente 1,5 milhão de acidentes. A quantidade de pessoas feridas por ano é de 400 mil pessoas. Essa quantidade de acidentes resulta na morte de 35 mil pessoas/ano. Aproximadamente 7.5 milhão de pessoas se envolvem de alguma forma em acidentes de trânsito no período de um ano.
A cada minuto 14 pessoas sofrem acidentes de trânsito, 3 acidentes acontecem e uma pessoa é ferida. A cada 15 minutos, uma pessoa morre. Imaginemos um cenário, ainda mais amplo. Se hipoteticamente tivermos outras 3 pessoas que mantêm algum tipo de relação com qualquer das pessoas envolvidas em acidentes, teremos uma população de mais de 22 milhões de pessoas que de algum modo participa desse cenário catastrófico que encerra os acidentes de trânsito. É incomensurável, a quantidade de dramas pessoais dele decorrentes.
Para além do sofrimento ao qual estão submetidas as pessoas que se acidentam no trânsito, duas pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelaram que os acidentes de trânsito no Brasil custam ao Estado e à sociedade aproximadamente 30 bilhões de reais por ano, ou seja, 1,2% do PIB brasileiro. Desse modo, os acidentes de trânsito custam caro ao povo e as sociedades brasileiras, onerando sobremaneira, os sistemas de saúde e de segurança pública. Entretanto, não observamos políticas públicas consistentes no sentido de reduzi-los.
Não resta dúvida que o acidente de trânsito é uma manifestação contemporânea da violência social. Violência que não compreende apenas crimes, mas todo o efeito destruidor que provocam sobre as pessoas e sobre as regras de convívio na cidade. O trânsito violento interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais, e contribui para o quadro da perda da qualidade de vida.
O principal fator da violência no trânsito no Brasil é humano. É certo que existem deficiências técnicas, de infra-estrutura e de engenharia. Entretanto, condutores, motociclistas, ciclistas e, até mesmo, pedestres são incapazes de cumprir as mais elementares regras de circulação. Não obedecem a sinalização, os limites de velocidade, avançam sinal vermelho e falam ao celular enquanto dirigem. Não raramente dirigem embriagados ou sem habilitação. É esse tipo de comportamento perigoso que gera o risco e provoca os acidentes de trânsito. No trânsito parece que vivemos um estado de anomia conforme a concepção de Durkheim. A falta de regras e o seu descumprimento invariavelmente levam a um cenário de violência sem precedentes.
A lei de trânsito no Brasil parece ser menos importante que as outras leis. Infrações de trânsito são consideradas pequenos deslizes. Por vezes, o infrator é até tratado como herói e corajoso. Expõe-se ao risco e impõe risco a outras pessoas sem considerar que o palco em que se comete estripulias motorizadas mata 35 mil pessoas por ano. A finalidade da lei de trânsito nada mais é do que limitar a liberdade de locomoção e de circulação de cada pessoa, individualmente, para garantir a liberdade de locomoção de interesse coletivo dentro de níveis seguros para toda a população. A lei de trânsito, nesse sentido, é a garantia do direito de locomoção universal no espaço público. Complementar a essa situação, a polícia e o judiciário são complacentes com esse estado de coisas que observamos no cotidiano do trânsito.
Culturalmente, no Brasil, o acidente de trânsito é tido como uma fatalidade. É um acontecimento fortuito e não previsto. Em tese, as pessoas não saem às ruas para, deliberadamente, matar ou ferir pessoas com seus veículos. Embora não pratiquem a violência de forma deliberada, incorrem em ato violento por imprudência, imperícia ou negligência. Essas formas de violência recebem um tratamento de crime culposo e não doloso, tornando menor a indignação das pessoas e elevando o fator de risco no trânsito.
Dessa forma, pode-se concluir que a violência no trânsito é uma conjugação de fatores que se interagem e resultam em uma fórmula tão ou mais explosiva que uma bomba atômica: risco, aventura, displicência, desconhecimento, desobediência, impunidade. Os resultados observamos estampados nas páginas de jornal não raramente em matérias intituladas de tragédias. Ressalte-se que os acidentes de trânsito são tão ligados ao conceito de violência que seus registros são tratados e elaborados, na maioria das vezes, pelos órgãos policiais.
*Economista (UNIDF, 1997), Especialista em Educação para o Trânsito (Universidade de Brasília, 2003), Mestre em Sociologia (Universidade de Brasília), Policial Rodoviário Federal. Presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federai
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