O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, destacou nesta sexta-feira (10) que o país deverá chegar a 6,8 milhões de veículos vendidos nos próximos 15 anos. Seria o dobro do que as montadoras estimam produzir neste ano: 3,39 milhões.
Porém, segundo o ministro, as vendas poderiam ter um acréscimo de 1,8 milhão de unidades a cada ano, caso juros e cargas tributárias fossem menores no país.
“Se os juros reais fossem reduzidos de 24% para 16% e a carga tributária, de 27% para 16%, o consumo de veículos no país teria um saldo de 1,8 milhão de unidades a mais do por ano no total de vendas”, defendeu o ministro durante o congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo. “Um veículo aqui custa o dobro do que é vendido na Índia”, disse, sobre o alto peço dos carros no Brasil.
De acordo com Miguel Jorge, incentivar as vendas de veículos novos para aquecer o mercado e estimular a indústria é muito importante para o país, já que o setor representa 23% do PIB industrial. Ele reforçou ainda que, com maior volume da demanda interna, as montadoras conseguiriam atingir preços mais competitivos, devido ao aumento da escala de produção, o que diluiria os custos. “Uma indústria vigorosa é importante para o Brasil.”
O ministro destacou ainda a necessidade de renovação de frota. Segundo ele, 60% dos carros em circulação no país têm menos de 10 anos. “No Japão, são 80%”, comparou. Soma-se a isso a demanda reprimida, já que aqui existem no país 6,9 carros para cada habitante.
Concessionárias brigam por lucroDiante do cenário positivo, o Brasil é encarado pelas fabricantes como a “galinha dos ovos de ouro” do setor automobilístico mundial. E, para aumentar cada vez mais a participação nesse mercado, elas partem para estratégias agressivas de preço, o que inclui promoções constantes e feirões de fábrica.
É nesse ponto que fabricantes e concessionárias se estranham, de acordo com o presidente da Fenabrave, Sergio Reze. Segundo ele, a necessidade de liderança é a grande preocupação do setor. Mas, como os preços sugeridos visam o retorno do capital investido, as margens de lucro das concessionárias são reduzidas.
“Quando há feirão, por exemplo, os preços caem muito. Isso prejudica a margem de lucro das concessionárias”, reclamou Reze, que afirma que muitas revendas trabalham com margens operacionais próximas do zero. “Buscar a participação de mercado é legítimo, mas morrer por ela é insano”, enfatizou.
A afirmação do presidente da Fenabrave foi feita na presença do ministro Miguel Jorge, do presidente da Fiat do Brasil e da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, do CEO do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, e do presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall.
Grupo dos 20A Fenabrave anunciou no evento que criará, a exemplo do que existe nos Estados Unidos, o chamado Grupo dos 20. De acordo com a entidade, o projeto reúne grupos de, no máximo, 20 concessionárias com marcas, volume e perfil diferentes para encontrar soluções para problemas pontuais e polêmicos do setor, entre eles, a balança entre lucro e participação de mercado.
fonte: g1.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário